quinta-feira, 16 de maio de 2013

Não culpo Luxemburgo


Tinha esquecido de como era assistir a uma partida de futebol, realmente não me lembrava de como era a sensação de se estar em frente a uma televisão, ou melhor que isso, ouvindo o velho e bom rádio. O difícil de estar longe é que não se pode ter noção da dimensão total do jogo, não existem torcedores nem secadores que influenciarão diretamente na reação pós- jornada e isso praticamente elimina 50% da explicação para o que seja o verdadeiro futebol. Mas na partida desta noite certamente não só influenciou, mas me livrou de algumas várias cornetadas. Contra um adversário que nem se quer uma notoriedade grande tinha, o Grêmio encontrou muito mais que dificuldades, constatou erros, revelou falhas, alcançou o inacreditável, e nem precisou de muito para isso, na verdade não precisou absolutamente nada. Bastou ser Grêmio. 

Mais uma lição dura com conseqüências fatais para o tricolor Gaúcho. Sabia-se antes de a partida começar de que muito apesar de toda a experiência que o time concentrava em cada posição iria ser exigida a força de vontade e determinação da equipe. Era até possível acreditar em uma tendência de vitória, afinal o Grêmio, ao menos na lógica, se mostrava muito superior e instável que seu adversário. O que não se esperava até então era que a "não consolidação" do elenco traria resultados totalmente negativos. Típico de equipes em formação, o Grêmio com seus titularíssimos não segurou o Santa Fé, e com Barcos, Elano, Zé Roberto e mais alguns jogadores que ainda jogam na base do "tanto faz" colocamos tudo a perder. 

De maneira alguma culpo Luxemburgo, a escalação colocada em campo seria capaz de vencer qualquer time, independente de Libertadores ou não. A melhor zaga possível estava formada com Werley e Bressan, não existiam argumentos que iam até então contra o posicionamento de Pará, Andre Santos, Fernando e Souza. Elano, Zé Roberto, Barcos e Vargas então eram insubstituíveis. O que aconteceu com o time dos sonhos? Com os milhares de reais, euros, dólares, pesos? O que aconteceu com o favorito? Se se prestou muito mais a defender do que atacar, se não se importou, se não usou mais a inteligência ou não conseguiu fazer o controle de bola agora já não importa mais. São tantos erros miseráveis e inadmissíveis que chega a dar um cansaço em qualquer pobre torcedor, que apostou até seu último centavo acreditando que seu time seria o cantor, e não o dançarino. 

terça-feira, 5 de março de 2013

Libertadores com a nossa cara


Antes mesmo de a bola rolar já se dizia que a Arena estava modificado, não eram apenas as reformas no gramado, a nova casa Tricolor estava pronta para estrear sua nova forma, a que se imaginava que um dia teria. Caracas e Grêmio portanto fizeram da obviedade a materialização, tanto ao que se tratava de gramado quanto na forma de escalacão do time venezuelano com apenas um atacante e com cinco jogadores no meio campo indicava que iria se defender e tentar eliminar espaços para o adversário,  já o Grêmio, interessado apenas na vitória, entrou em campo com uma credencial importante e significativa, a de repetir a mesma escalacão que massacrou o Fluminense. Dois moldes distintos, mas com o mesmo propósito, estabelecer em campo qual seria a melhor formatação tática e qualidade técnica que superaria o seu adversário. 

A morte do líder de um país é sem dúvidas intrigante e importante para seu povo, era de se esperar que a repercussão da morte de Hugo Chaves interferisse no animo e no comportamento da equipe do Caracas, porém pelo que se viu em campo é difícil concluir se este foi o real motivo pela má atuação do grupo. Se eu disser que o Grêmio dominou amplamente, que fez um primeiro tempo desigual, totalmente inclinado para si, eu estarei expressando minha opinião emocional, digamos que neste caso eu possa fazer mais, existem elementos factuais da partida que comprovam o quanto o Grêmio se destacou nela, e nada mais interessante do que colocar o trabalho, a atividade e o movimento ofensivo das duas equipes em comparação. O adversário gremista não fez nada, não foi lhe permitido uma única conclusão no primeiro tempo, já o Grêmio fez o que ninguém conseguiu no grupo 8, ganhou em casa conseguindo assim quebrar um tabu.  

A forma e determinação com que o Grêmio jogou anulou seu adversário, fato importante para um torcedor antes preocupado e que agora tem consciência de que seu time é grande o bastante para continuar na disputa, esta é uma vitória que tem uma conseqüência muito grande, ela nos coloca na liderança, ou seja, em uma situação confortável. Se ganhou foi por que soube jogar com autoridade, errou algumas vezes ao acompanhar o ritmo do Caracas, mas soube se dar conta de que só precisava jogar e colocar sua superioridade técnica a prova. O que falta ao Grêmio talvez seja apenas acreditar que é possível, seja através de um hino não necessário, mas facultativo, de um estádio lotado ou de lembranças que fizeram do Grêmio o eterno Tricolor dos pampas, aquele que não venceu uma, mas duas, o Grêmio que tem a cara da Libertadores da América. 

domingo, 9 de dezembro de 2012

Antes de tudo, o Grêmio é Gaúcho

As mãos começam a suar, as pernas já não permitem mais serem controladas e as lágrimas escorrem sem ao menos você perceber. Não foi uma, mas centenas, milhares de pessoas, dentro ou fora da Arena que ontem equilibraram tristeza e alegria pela perda e pela conquista de duas casas em uma semana, uma emoção que não consegue ser traduzida com palavras, mas colorida com azul, preto e branco. Não foram apenas gremistas, o Brasil inteiro se emocionou com o espetáculo proporcionado por direção e torcida na inauguração do novo estádio, mas os aplausos para a organização são por um único e exclusivo motivo: nunca se teve tanta vontade de gritar para o mundo o quanto é bom pertencer ao Rio Grande do Sul.

Não digo que o mais impressionante foi o entusiasmo da torcida e a casa lotada, isso é de praxe, foi no Olímpico e é levado agora para o bairro Humaitá, mas a maneira como pensaram e reproduziram a nova Arena Gremista é o que me faz tirar o chapéu realmente. Não cabem dados numéricos aqui, afinal a crítica hoje é exclusivamente sentimental e pessoal, mas também não seriam necessários cálculos para concluir que o Grêmio deu um passo gigante na sua história. Um belo final de mandato para Paulo Odone, um belo começo para Koff, e agradecimentos justos para Eduardo Antonini.

Depois do espetáculo proporcionado na noite de ontem só me resta lamentar por não poder ter sentido pessoalmente o que foi, porém alguns recados, mesmo que distantes, foram repassados. Ao mundo permanece a grandiosidade deste Gigante Imortal chamado Grêmio, ao Rio Grande do Sul sem sombra de dúvidas resta o orgulho, ao Grêmio sobram responsabilidades, alegrias, conquistas, derrotas e vitórias. E ao torcedor resta a presença na sua mais nova e linda casa, para imortalizar uma nação tipicamente e orgulhosamente gremista e GAÚCHA.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Eternizado na história

Fonte da imagem: Site Grêmio

Esta não é uma crítica, afinal, o que poderíamos criticar no dia de hoje? O esquema tático não chegava aos pés da real importância de um jogo como este. As brigas e polêmicas pouco rendem por serem clichês em dias de Grenal. As expulsões tanto de Luxembugo quanto de Damião e Muriel apenas foram consequências do fator emocional que comandava a partida. Ou seja, nada que não se chamasse Olímpico iria nos fazer chorar, gritar, ou sorrir, era ele nosso ilustre personagem, o único responsável por possibilitar os diversos espetáculos e os nem tão espetaculares assim.

O componente diferenciado da partida de hoje pode e deve ser considerado ao falarmos dos quesitos técnicos. O Monumental estava completamente lotado, a torcida eufórica, querendo antes de tudo ter na sua memória este último jogo. Mas o que nos deixa atordoados é maior do que isto, é saber que o velho Olímpico vai abaixo, fato que acredito ser um dos principais responsáveis pelos limites ultrapassados por Saimon, ou pelos torcedores culpados pela confusão envolvendo Flavio Soares. Grenal é um campeonato a parte, vale e vale muito. Para o Grêmio a disputa envolvia uma vaga direta para a Libertadores, já para o Internacional a deliciosa sensação de estragar a festa do rival. Mas para nós torcedores valia apenas a sensação de estar, sentir e respirar o Olímpico pela última vez.

Este dois de dezembro vai para a história do futebol do Rio Grande do Sul, se jogou a última partida em um estádio de quase 6 décadas de choro, alegrias, vibrações e grandes disputas. Foram enfrentamentos maestros de uma história inesquecível, e quis esta que o último jogo fosse um Grenal. A Arena está deslumbrante, e a partir do próximo sábado será o palco do nosso futuro, mas o passado, a história toda deste Olímpico encravada no bairro da Azenha fica no coração de cada Gremista. Este velho casarão que fez muita gente sofrer e sorrir deixa uma memorável e extraordinária história. Parabéns ao Grêmio, mas principalmente a nós que vivemos este Olímpico intensamente.

“Alguns insistem em acreditar na continuidade de uma história, na sequência interrupta que o Grêmio está vivendo na migração do Olímpico para a Arena, é quase que um detalhe a parte da trajetória do tricolor Gaúcho. Mas para outros é o fim de uma hera, eu prefiro que seja assim, não tem como lembranças, lágrimas, gritos e abraços serem divididos, não estou me referindo ao time Grêmio, mas à casa que nos recebeu e foi palco de espetáculos incríveis e que em momento algum poderá ser comparada. Hoje então Grêmio e torcida fecham um ciclo para que outro seja aberto, foram longos e nem tanto assim 58 anos, vivi apenas uns 5 ou 6 destes, mas para cada avalanche, para cada comemoração feita, é uma lágrima que hoje escorre implorando não para que fique, mas para que permaneça para sempre na memória. Olímpico Monumental, o nosso Olímpico, a eterna primeira casa para muitos Gremistas.” - Homenagem a todos os Gremistas que assim como eu viverão eternamente o Olímpico. 

domingo, 11 de novembro de 2012

Livre de críticas


Chega de racionalidade, neste momento não cabe apontar erros ou culpados para um ou dois momentos do campeonato que deixamos de aproveitar, o Grêmio indiscutivelmente fez uma das partidas mais emocionantes dos últimos tempos, o que lhe garante passe livre para as críticas de hoje. O jogo no Olímpico era decisivo, principalmente pela briga entre este e Atlético-MG pela vice-liderança. Na disputa com o São Paulo o Grêmio tinha uma boa vantagem, mas na briga para chegar ao segundo lugar e para buscar a vaga direta para a Libertadores precisaríamos sem mais nem menos de uma vitória. Dito e feito, era promessa de Luxemburgo, era a vontade expressa nos olhos de cada jogador, era a lágrima do torcedor Gremista. Um Olímpico repleto de sentimentos que em campo colocava a garra como fator primordial.

Era mais do que evidente que o Grêmio apostaria todas as suas fichas para esta partida, fichas que até então não tinha. Era um Grêmio sem Kleber, Elano, sem a ofensividade que costuma ter se tratando de jogos com esta importância, porém quando se trata de um estádio lotado pedindo a permanência de Luxemburgo é por que este sabe como deve agir e escalar seu time independente da situação. O Grêmio, ignorando alguns atropelos do primeiro tempo, evidenciou seu objetivo na etapa final, consolidou a vitória, e enfatizou o que sabe ser de melhor: IMORTAL.

Faço questão de destacar essa tal de imortalidade, a partida de hoje foi em um ambiente de grande fator emocional, um estádio lotado que agora nos remete a uma das últimas recordações do Olímpico. Se tratava de um grande jogo, mas antes de tudo existia a preocupação em eternizar o que já se declarava eterno, o componente emocional que atingia todos os jogadores, independente de tempo dentro do clube, foi um dos principais personagens desta vitória. Uma história de vida (mesmo que curta) dentro do palco de muitos eventos, que teve como o mais bonito deles O FUTEBOL.

Como dói a mim, e provavelmente a todos os torcedores ver o que chamávamos de casa sendo destruído, um monumento não só importante, mas um pedaço da história de todos os gremistas. O Grêmio hoje não ganhou uma partida, ele através de passes nos fez relembrar os milhares de jogos que lá assistimos, através de faltas a dor que muitas vezes passamos, através de um susto as derrotas que tivemos, mas através da vitória nos fez recordar e viver novamente e pela penúltima vez o que é ser Imortal dentro de um estádio digno para isto.

11/11/12 - Últimos aplausos, últimas lágrimas, que jogo fez o Grêmio, que história conclui no Olímpico. Últimos acordes de uma torcida apaixonada dentro de uma morada que vivemos por mais de meio século.  

sábado, 27 de outubro de 2012

Reafirmando conceitos


O histórico do confronto entre Bahia e Grêmio gera incômodo, pelo menos a mim. Não é de hoje que tentamos entender como os jogos envolvendo estes dois adversários geram tamanha tensão e competitividade em campo, longe de estar desmerecendo o futebol que tem o Bahia, apenas buscamos uma explicação lógica, matemática, para os resultados que envolvem times de pontas de tabela totalmente distintas. O tabu foi quebrado e o jejum já se passou a tempos, um Grêmio forte e muito superior ao seu adversário (ao menos na teoria), sofreu e pecou muito nas finalizações, resultando assim em um placar muito menor do que seria se houvesse um pouco mais de comprometimento e determinação da equipe de Luxemburgo.

O fator local de certa forma sempre foi um problema para o Tricolor Gaúcho, citar aqui as obrigações do Grêmio não muda a lógica se este mesmo time não tiver uma preparação ao menos psicológica para enfrentar a torcida adversária. Ou seja, será sempre um jogo para ser disputado palmo a palmo, uma corrida frenética e estressante atrás da vitória, independente se este adversário estiver ou não qualificado e competindo diretamente a vaga. O problema então não cai nas mãos de Luxemburgo, mas de todo um time que precisa rever o significado das expressões “qualidade técnica”, “superioridade” e “objetivo final” se quiser garantir a vaga.

Não se dá conta, ou não quer se dar os que ainda de alguma forma querem corrigir o Grêmio. A melhor forma de dar continuidade estava em campo, temos sim um time com capacidade, com qualidade, sempre tivemos, está aos nossos olhos para quem ainda duvida, Kleber, Elano, Marcelo Moreno, Zé Roberto, Anderson Pico e outros mais, um time de peso, um time sem determinação. Confesso, eu não consigo me dar conta, não entendo a lógica irracional do futebol, de como brilham e se apagam tão rapidamente, a maneira como o teatro e a armação se englobam nessa ironia, a tal ironia que diz não almejar apenas uma vaga, mas sim um título.

Lamento, e muito. O Grêmio tem uma das propostas mais convincentes do campeonato, mas hoje contra um adversário que já nos deu muita dor de cabeça era no mínimo evidente que estivéssemos preparados para a superioridade. Momento de repensar e de reafirmar um conceito dentro do Grêmio, a contagem regressiva acabou de começar, um ponta pé a mais para acordar muita gente.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Que a justiça seja feita


Muita coisa mudou de um ano para cá, para melhor acredito. Os que fazem seu trabalho encarando os problemas diários encontrados na equipe e fora dela parecem estar respondendo de acordo com os gostos da torcida, ou com novas contratações, com novos técnicos e com investimentos fora de campo. Talvez nem tivéssemos de que reclamar se o futebol fosse baseado na ideia desta repugnante vitrine supérflua, não deixa de ser, mas ignorando o estilo e a firula, os mais críticos preferem se dedicar exclusivamente aos capazes de assinalar os erros em campo e não de descartá-los, e é então neste ponto que a discussão se inicia.  

Era noite de gala, importantíssima para o Grêmio em todos os quesitos, era a chance de manter um sonho vivo, acordado, de pé. Na teoria era apenas uma boa jogada de marketing, um bom planejamento e jogadores capazes de entrar em campo e jogar futebol. Pois bem meu caro, não é assim que as coisas funcionam. Na prática, contra o tão temido Fluminense, Zé Roberto foi a peça fundamental, decisivo, de equilíbrio e experiência conseguiu dar o tempo da jogada para que o Grêmio ficasse com maior posse de bola no seu campo ofensivo, porém o que pesou foram os erros “ignorados” do primeiro parágrafo que renderam um empate de sinônimo “justo” para ambos os times.

Postergar a maneira errônea de como alguns jogadores entram em campo, neste caso Marcelo Moreno, é o mesmo que dar o tiro no próprio pé, foi gritante, apelante, ridículo. Toda a ambição que até então o Grêmio tinha ao enfrentar o Fluminense fora de casa foi (na maior parte) destruída por um erro banal de um jogador que muito já contribuiu, porém hoje através de uma infantilidade desandou o que podíamos estar comemorando: uma vitória. Não existiam facilidades para este jogo, portanto era no mínimo fundamental que erros fúteis fossem evitados.

De certa maneira o Grêmio soube conduzir a partida depois dos imprevistos, não saiu apenas no erro do adversário e avaliou bem quais eram suas prioridades, como placar final o empate de nada serviu, porém no enfrentamento do jogo se for levar em conta a disputa, superamos em termos de finalização e de criação o Fluminense . De todos os males o mais tranquilo digamos, apenas um ponto que ainda não nos tira da disputa, mas um jogo para refletir principalmente sobre os variados comportamentos que temos dentro do time, desde um goleiro que salva, mas por vezes erra e acaba comprometendo, até um atacante que muito já fez mas hoje se queimou frente a sua torcida.

Funções que exigem qualidade, mas principalmente inteligência para poder administrar. Assim ressurge uma esperança deste Grêmio da alma castelhana que por um fio ainda conseguiu colocar justiça no marcador.
Não tá morto quem luta e quem peleia. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Para dormir em segundo



(Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press/Globo Esporte)

A vitória era um resultado considerado praticamente nulo na noite de hoje, por dois relevantes, mas não assustadores motivos: o primeiro pelo fator local, este muito influente para a atuação do Grêmio, comprometedor por vezes. O segundo pelo fato de estarmos com um Tricolor pela metade, eram 6 reservas em campo contra um Sport “desesperado” pela vitória e acima de tudo, completo. Repito, a vitória era difícil por estes motivos, mas o que não se considerou foi a possibilidade deste Grêmio revelar uma capacidade totalmente superior ao seu adversário. O Sport não teve tamanho de time para ameaçar o Grêmio, que acima da vitória mostrou-se capaz sem suas devidas referências.

A estratégia de jogo adotada por Luxemburgo pareceu convincente se pensada em termos de plantel que tínhamos em campo. O Grêmio visivelmente esperou o Sport, deu espaço e esperou que o adversário se descuida-se para marcar, nada mais funcional para um time até então lento, sem muita criatividade no meio campo e sem seus maiores marcadores. Assim se consolidou o resultado, através de escapadas objetivas de Leandro, dos erros questionáveis de Kleber, da categoria exemplar de Anderson Pico e da ótima campanha que faz Marquinhos.

Faltou força do adversário, porém muito pouco se poderia cobrar de um Sport que está com os pés na cova. O enredo do jogo não poderia ser diferente e o resultado por consequência também não, se a questão de time reserva deixava o Grêmio um pouco comprometido nos minutos iniciais, a qualidade técnica e a experiência aliados ao histórico de cada um acabaram com um mito dentro do Grêmio, aquele que defendia a supremacia de Elano e Marcelo Moreno. Resultado consolidado por méritos próprios, um 3x1 e uma vice-liderança dignos de respeito para o Tricolor Gaúcho. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Muito drama e pouco futebol


Não foi a partida mais brilhante da noite de ontem, nem a mais cativante, mas uma das mais importantes eu acredito que sim. Estamos falando aqui de um campeonato em que o Grêmio muito pouco conseguiu reconhecimento, ou seja, era e continua sendo a oportunidade para fazer história em uma Sul-Americana. O adversário considerado o melhor time do Equador em tese não teria qualidade para vencer o Tricolor Gaúcho, mas na prática se viu, através do sufoco, que o Grêmio hoje é um time totalmente dividido, um clube que fica se espancando nas eleições e por vezes esquece o que é fundamental, o futebol.

Desfalcado ou não, o Grêmio ficou formatado da exata maneira que vinha jogando, a peça que chamam de fundamental , Gilberto Silva, ficou fora do jogo, assim como Pará por suspenção. Mas o que mais preocupava Luxemburgo era a condição física de Elano, afinal pela lógica estamos nos referindo (hoje) a peça chave do Tricolor, onde não há substituto de nível superior ou igual, e que se levado em conta a participação de Marquinhos ficaríamos sem volante por cerca de 45 minutos. Um problema que de tempos em tempos insiste em assombrar nosso plantel, mas que nunca sequer foi resolvido.

O resultado favorável ao Grêmio não dá a ele mérito algum pela vitória. Ambos os times tiveram a mesma posse de bola em praticamente toda a partida, mas todos sabem que o que resolve é fazer com que essa posse resulte na capacidade de reverter uma situação defensiva em uma ofensiva rapidamente pressionando o adversário, e essa por inúmeras vezes foi a vantagem do Barcelona no primeiro tempo. O Grêmio liquidou a partida pelo fato de ter um goleiro capaz de suportar a pressão imposta pelo rival, salvando o Tricolor e “mascarando” a falta de armação e articulação dos nossos setores. É preciso que fique claro que não havendo entrosamento não há comunicação natural, espontânea.

De qualquer modo hoje o Grêmio tem dois caminhos para seguir e chegar a tão ambicionada Libertadores da América, Luxemburgo deve ficar atento às possíveis mudanças ao decorrer dos jogos. É importante que entre em campo um Grêmio com maturidade adquirida, que joga em qualquer lugar contra qualquer adversário, e que mude a perspectiva do grande nome da partida. 

Insisto e repito, a extraordinária figura que garantiu o resultado da noite de ontem foi sem dúvidas Marcelo Grohe.

Saudações Tricolores!  

domingo, 23 de setembro de 2012

[Pós-jornada] Grêmio 0x0 Atlético-MG

A escalação em si dava ao torcedor a ideia do que estava por vir em ambos os times. O Grêmio veio com o que tinha de melhor, se dizia estar preparado para enfrentar o meio campo imposto pelo Atlético Mineiro. Já o Galo fez certo suspense, mas nada de extraordinário que colocasse o Tricolor Gaúcho muito abaixo do adversário. Era um jogo de apenas um resultado que ambos os grupos almejavam mais do que tudo, uma decisão a ser definida onde o empate era absolutamente rejeitado, mas por ironia do destino, da falta ou exagero de qualidade o resultado não passou de um mísero 0x0.   

Um grande jogo não é apenas aquele que se torna espetáculo de firula, é onde a necessidade aliada ao emocional fazem de uma partida de futebol a decisão de um campeonato fora de época, é como esperar o apito final em uma mata-mata onde o empate nos mantém vivos. Assim pôde ser definido o confronto de hoje, um Grêmio até então considerado inferior ao Atlético conseguiu conviver com a pressão a ele imposta até o minuto final, não marcou, mas instantes antes de o jogo começar era quase invisível o torcedor que acreditasse em uma vitória. Não faltou jogo, talvez um pouco de confiança, mas o Tricolor Gaúcho foi sim impecável pelas condições que tinha favoráveis a ele.

A partida em si não serviu para avaliar com honestidade a eficiência ou deficiência do esquema teoricamente faceiro de Luxemburgo.  A noite não terminou feliz, mas conformou muita gente. Ronaldinho mais uma vez surpreendeu pela criatividade e alta qualidade imposta, o que aponta problemas em nossos marcadores de função. Implorando por maior educação tática, Zé Roberto deixou muito a desejar, ficou solto e parecia não ter uma função de marcação definida. Estes e outros problemas que aparecem contra adversários de maior qualidade só nos mostram que o Grêmio ainda está longe de ter um plantel de total eficiência.

 Tivemos cautela ao tentar nos compactar em campo, as jogadas foram mais exatas, e assim conseguimos algumas chances de gol. Mudanças radicais não são perceptíveis na questão tática, mas um Grêmio mais maduro é quem está entrando em campo com objetivos muito superiores dos antes almejados. A reta final agora nos impõe a condição de não depender mais de outros resultados, a zona de conforto desapareceu, e as alternativas estão cada vez menores. É importante neste momento que se tenha claro que jogos de definição de primeiros colocados são pouquíssimas oportunidades, apenas responsabilidade e convicção vão definir quem vai conseguir as melhores posições.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

[pós-jornada] Grêmio 2x0 Vasco


O universo conspirou a favor do Grêmio esta noite. E não foi UMA vez, foram vários os momentos que levaram o Tricolor Gaúcho a conquistar uma posição confortável no campeonato. Uma noite para ser comemorada intensamente, afinal em campo estava um Grêmio leve, fluente e decidido de que esta terminaria assim. Conseguimos uma vitória inédita em cima do Vasco da Gama, o que permite com que a equipe comece a sonhar além, não se conformando apenas com a Libertadores, mas almejando o título do Campeonato Brasileiro. 

Em um jogo em que a vitória pessoal não era o forte, Moreno, antes mesmo de a partida iniciar, era cotado como um dos favoritos a marcar pelo tricolor na noite de hoje. Marquinhos tinha uma grande responsabilidade pela frente, substituir Elano, jogador de velocidade e que consegue cumprir seu papel em campo, seria, em minha opinião, praticamente impossível, afinal aqui estamos falando de uma comparação inexistente, jogadores com características totalmente diferentes e com um rendimento muito distinto.

Quanto ao adversário direto desta noite já tínhamos ideia de como iria reagir, era de se esperar um Vasco que apenas se defende, mas que com uma zaga forte dificultaria a penetração por parte do Grêmio. A importância da partida muito se colocou a prova nestes 90 minutos, Pico e Kleber surpreenderam pela qualidade imposta, Anderson pela técnica e as boas condições que apresentou em conjunto com Zé Roberto, e o Gladiador por ter arriscado quando nada mais se esperava deste, o gol que fechou a conta no Olímpico.

Definitivamente hoje pode-se dizer que o Grêmio está sendo reconhecido por seus próprios méritos, a insistência e volume de jogo foram as principais características de pelo menos as últimas 3 partidas. Orgulhar-se de torcer para um time que, diga-se de passagem, está completo é sem dúvidas, para nós gremistas, a sensação de dever cumprido. Mas não poderia deixar de citar aqui o fator principal pelas vitórias consecutivas e por hoje estarmos comemorando mais uma delas, Marcelo Grohe tem se mostrado o personagem principal de nossas histórias, o que aponta alguns problemas nos setores, mas que por enquanto me conforta por saber que o Grêmio pode, acima de tudo, confiar em seu goleiro. 

domingo, 26 de agosto de 2012

Em seu devido lugar

Espetáculo, aquilo que chama e prende a atenção. Definido desta forma pelo dicionário, hoje me dou o direito de dar à palavra um sentido muito mais amplo. O contexto em si já engloba dois grandes clubes tradicionais, ambos com um mesmo objetivo, este muito menor do que a definição de um clássico Gre-nal. Números hoje não foram capazes de inferiorizar a mística que envolve o clássico, assim como sempre foi, Grêmio e Internacional entraram em campo como incógnitas, jogaram em estádio, gramado, tempo e ânimo típicos de um dos maiores (se não maior) confronto, de equipe e torcida, existente no futebol. Um jogo pesado que merece ser reconhecido aqui como um tremendo espetáculo.

O que deu a vitória ao Grêmio foi um diferencial muito pouco visto em clássicos anteriores. Enquanto uns guardam a sete chaves a escalação, Luxemburgo apostou na mesmice tanto no meio campo quanto no ataque, como tinha uma forma de jogar pronta não impôs surpresas, muito pelo contrário, abusou da naturalidade do comportamento dos atletas. A forma como o Grêmio joga hoje, utilizando o meio campo e ataque que construiu ao decorrer dos jogos, tende a dar certo na maioria deles. Pará na direita e Anderson Pico na esquerda conseguem converter problemas na função, dando tranquilidade para que principalmente Elano, Zé Roberto, Marcelo Moreno e Kleber articulem-se da melhor forma possível no ataque.

O fato é: o Grêmio definiu um modelo de jogo e é isso que está dando certo. Claro que vamos ter cautela, mas o importante agora é ter uma forma de jogar que pode ser chamada de “nossa”. O que preocupou hoje foi a saída de Elano logo no início da partida, não a ausência em si, mas como este jogador se tornou fundamental na equipe. Marquinhos, que inclusive muito está fazendo pelo tricolor, defende a função bem, porém não com a qualidade que tem o número 7. Um futuro problema, mas pequeno se tratado com urgência.

Não sei se há sensação mais agradável e prazerosa do que vencer um Gre-nal. É inexplicável o que se sente no grito do gol, ou na aflição dos minutos finais. Mas o clássico de hoje teve um sabor diferente, talvez por ter sido sondado e muito mal elaborado pelos donos da “casa”. A recepção nada calorosa e um tanto “molhada” só nos dava mais motivos para querer esta vitória. Veio cedo, clara e objetiva, assim como se fosse um agradecimento especial aos colorados que nestas últimas semanas não souberam colocar a educação em prática. Um banho de água fria, e um “bem vindo” todo simpático aos MIL colorados que estarão presentes no último GREnal deste ano.

Saudações Tricolores. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Definindo imortalidade


Não foi apenas UM erro que quase eliminou o Grêmio da Sul Americana nesta noite, dentre os vários podemos citar um que talvez seja o responsável pelos outros que resultaram no placar final da partida, o fato de que o Grêmio (não só hoje) confiou sua classificação apenas ao resultado com que entrou em campo. No primeiro jogo a vitória do Grêmio no Olímpico veio através da superioridade que tivemos ao enfrentar o adversário. Apesar da “ligeira” vantagem sabíamos da qualidade que estávamos por encontrar novamente. Um erro fatal, que felizmente (e por sorte) pôde ser confrontado apenas pelo achismo, até porque uma partida como esta exigia um Grêmio muito maior.

O Coritiba é um time que joga para frente, é composto de um ataque que precisa ser milimetricamente marcado, uma defesa altamente perigosa a qual merece atenção redobrada, este definitivamente era um jogo de pura estratégia.  Luxemburgo talvez não tenha sido competente o suficiente ao escalar seu grupo. A escalação com Marquinhos seria um problema, afinal Elano e Zé Roberto constituíam uma dupla de armadores magnífica. Não foi diferente, para um jogador que tem entrado bem apenas no segundo tempo seria no mínimo óbvio que sofreríamos ao decorrer da partida.

Kleber Gladiador antes de a partida começar era indicado como mais do que importante, ele era fundamental. Interessante que ao decorrer do jogo a tal força máxima, e a briga pela posse de bola foram características de Elano, Pico, Pará, Moreno, mas não Kleber, este foi muito inferior ao que costumamos ver.  O Grêmio inverteu completamente a tendência de jogo, tirou o máximo do proveito da vantagem que ganhou em Porto Alegre e, de igual para igual em vários sentidos, usufruindo dos inúmeros adjetivos que o denominam, conquistou uma classificação histórica.

A lógica parece não fazer mais sentido quando o impossível acontece. Na tentativa de conter esse ímpeto ofensivo do Coritiba, o Grêmio, em uma jogada que parecia não dar em nada, marcou o início de uma bela campanha pela Sul Americana. Esta se justifica através da importância de ter um centroavante mobilizado o tempo inteiro, ou pela necessidade de passar por cima de uma sina que parecia nunca acabar. Porém ainda prefiro acreditar que esta se justifica através da pertinência pela vitória, uma vontade incomparável de ser chamado de imortal.   

domingo, 19 de agosto de 2012

Qualidade para definir


Difícil cair em si que esta é a penúltima rodada do primeiro turno do campeonato Brasileiro, dentre os tantos jogos complicados que tivemos nas últimas semanas, é um tanto quanto alucinante ver o Grêmio em quarto lugar da tabela, só não ainda consolidado pela diferença de um Gre-Nal. O jogo de hoje justificou tal colocação, contra o lanterna Figueirense (desfalcado e imensamente fraco se comparado ao Tricolor Gaúcho) apenas competia ao Grêmio passar por cima deste adversário, o que não se fez diferente, dominou amplamente, criou inúmeras finalizações, várias jogadas com um sistema de criação elástico. Quebrou um tabu com uma goleada que define a solidificação de um time preparado para o clássico, e claro, uma qualidade totalmente superior ás dos outros jogos.

Melhor posicionado em campo e praticamente completo, o Grêmio apresentou ao torcedor não apenas um novo uniforme, com Pará e Kleber de fora, Marcelo Moreno era quem voltava a assumir a posição no ataque, junto com Leandro, tinha tudo para uma atuação movimentada, de inclusão, força e muita qualidade. A oportunidade para quebrar um tabu antigo era a melhor possível, e é claro que não deveria persistir, até porque, como havia dito, são dois times com condições técnicas muito diferentes.

O Figueirense é um time muito fraco, sua colocação no campeonato se justifica através da partida que fez hoje. Quanto ao Grêmio, temos visto além de vontade e persistência, uma individualidade em especial que chamou a atenção de muitos torcedores, um Anderson Pico renovado, que parece estar disposto a chegar onde ele disse que chegaria, certamente o Grêmio está ganhando um extraordinário lateral esquerdo. Os lançamentos que definiram o primeiro tempo só nos deixam a certeza de que agora sim o Grêmio pode se declarar um time completo.

Trituramos o adversário e prevalecemos em todos os sentidos, taticamente, defensivamente, em tudo. Importante agora que o Grêmio mantenha essa garra e raça para continuar nesta tendência. Precisa manter a pegada e a proposta afirmativa de jogo para apenas depois pensar em qualquer tipo de descanso. Em uma partida que ao fim do primeiro tempo tudo já estava definido, começamos já a pensar no último jogo do primeiro turno, um clássico de rivalidade incomparável, mas que se dependendo das atuações de ambos os times terá qualidade inquestionável. 

domingo, 12 de agosto de 2012

[Pós-Jornada] Grêmio 2x1 São Paulo


Um final de semana importantíssimo para os guris do Grêmio, o dia em que os papais heróis em campo, e fora dele, receberam uma homenagem de tirar o fôlego. A insistência para a consolidação de mais uma vitória foi sinônimo da vontade que faltou no jogo anterior contra a Ponte Preta, e para a surpresa e indignação de uns, o Grêmio, que parece estar mais completo e claro do que almeja, venceu seu adversário no último minuto de jogo. Garra, raça, vontade e determinação, os fatores principais que levaram a dupla Grenal  fazer deste domingo um dia mais do que especial.

O fator local era o único que colocava o São Paulo à frente, o Grêmio tinha tudo para vencer pelas circunstâncias e também pelo seu momento, um time já ajustado que somava pontos a seu favor se comparado ao seu adversário. O Tricolor Gaúcho se defendeu com qualidade, faltava definir, mas aos poucos conseguiu mudar a cara de um jogo que antes estava de igual para igual. Jogando no Morumbi tinha um problema a mais para lidar, o fator local sempre foi uma dificuldade, ainda mais quando se começa com saldo negativo.

Enquanto alguns sugerem que tenha sido exemplar a partida, eu vou mais a fundo. O Grêmio parece estar insistindo em uma deficiência ao decorrer dos jogos. A falta de finalização acaba gerando partidas raras como hoje, mas na maioria das vezes empate e, até mesmo, a derrota. Elano teve duas finalizações no primeiro tempo, Kleber e Moreno nem se quer apareceram, talvez seja apenas questão do técnico rever o posicionamento da equipe, e até a possibilidade de Marquinhos aparecer mais, não apenas nos últimos minutos de jogo.  

Um time fora dos trilhos sai do G4 em instantes e o culpado sempre fica como incógnita. Por isso manter o equilíbrio agora é fundamental, principalmente no relacionamento entre diretoria, técnico e jogadores, para fechar a balança com o apoio da torcida. A situação do Grêmio continua sendo estável, porém é de extrema importância que permaneça nesta campanha. Hoje pode ter sido sorte, amanhã talvez não dê certo, alterações em minutos finais não podem intrigar torcedores e jogadas de bolas aéreas são muito estáveis para serem principais. Precisamos de um Grêmio sem muitas alterações no comportamento, que ao iniciar a partida entre como vitorioso para depois ser chamado de glorioso, mas não ao contrário. 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

[Pós-Jornada] Grêmio 0x0 Ponte Preta



Uma entrevista concedida nesta quinta-feira pelo treinador argentino Ricardo La Volpe não seria de interesse se tratando da partida entre Grêmio x Ponte Preta desta noite, mas me chamou a atenção quando fez questão de esclarecer como é sua visão a respeito do futebol atual, eis o que declarou: “Camisa não ganha jogo”, “Agora se ganha com os homens que a equipe tem dentro do campo.” E então esclareço o motivo da alusão.

Luxemburgo iniciou apostando na rapidez. Buscou um time de marcação, forte na saída de bola em um jogo onde 3 pontos seriam muito bem vindos, e a vitória sob um adversário que apenas tenta se manter, obrigatória. Pois bem, enquanto um placar a nosso favor seria fundamental, a Ponte Preta surpreendeu a tão falada exposição, firula, enfim, a nova postura adotada pelo Tricolor. Quem antes atuava para perder OU ganhar, hoje se submeteu a uma partida miserável, dizendo estar usando a mesma estratégia para jogos pontuais e de grande valor, gerou um empate.

Percebo que a questão de a Ponte Preta ser ou não um time pontual, acabou, de alguma forma, interferindo no placar. A definição que se tinha deste clube em geral antes da partida, relaxou a equipe, justamente pelo achismo insensato de que a macaca “ainda” se encaixa no termo “médio”. A ambição do Grêmio poderia ser a maior possível, mas para quem está disputando um título é inadmissível jogar mais ou menos por “deduzir” que seu adversário, que se encontra em nono lugar na tabela, não seria capaz de vencer a partida.

Posso parecer um pouco pessimista, afinal o Grêmio surpreendeu a todos desde o início do campeonato, fez uma campanha brilhante e, mais do que isso, soube apostar nos seus jogadores. Só assim, como quarto colocado na tabela, para percebermos a qualidade que foi adquirida em tão pouco tempo. O Tricolor gaúcho aprendeu muita coisa com o professor Luxemburgo, mas parece que em alguns momentos ainda precisa baixar a cabeça e diminuir o ego. Afinal, Ricardo La Volpe já deixou claro: Camisa hoje em dia não ganha mais nada. Mas algum dia ela ainda pode te surpreender.


domingo, 15 de julho de 2012

[pós-jornada] Grêmio 3x1 Cruzeiro


Um domingo para direção e torcida comemorarem com razão, afinal havia muito tempo que resultado algum se via de um jogador recém contratado. Elano chegou para realizar o que parecia impossível, devolveu ao Tricolor a articulação ofensiva e a criatividade tão questionada pelo torcedor. Não quero em hipótese alguma desmerecer Kleber e companhia, mas estes em setores que exigem criação pouco fizeram, o que soma sim pontos a favor de Elano que conseguiu dar a assistência necessária para que a qualidade voltasse a existir no sistema ofensivo.

Contra o Cruzeiro, o Grêmio foi totalmente superior, com um discurso vencido pela primeira vez se viu atividade produtiva em campo, Kleber e Marcelo Moreno inverteram a lógica e consolidaram seus princípios, mostraram jogo e uma personalidade que não vinha aparecendo. A boa atitude que fechou os 3x1 de hoje tem todos os preceitos básicos para fazer um bom campeonato, mas ainda com uma pitada de falta de qualidade no meio campo, o que pode com o decorrer do tempo derrubar novamente o tricolor gaúcho.

Em termos gerais o sistema tático de Luxemburgo funcionou tanto defensivamente quanto ofensivamente. Se antes precisávamos de um jogador de criação e articulação ofensiva, hoje temos dois, Zé Roberto e Elano mostraram-se capazes não apenas de criar, mas de mudar todo o comportamento do grupo. Se viu muita qualidade, criatividade, muita técnica, porém ainda não se dá para ter uma referência  de articulação. O Grêmio entrou em campo disposto a vencer e saiu vitorioso, mas ainda peca em muitos fatores, principalmente no fator imortal.

Hoje temos um grupo de grande aceitação pela torcida, porém o que percebe-se é que toda vez que um novo jogador chega no plantel o Grêmio conta a mesma história. De que vale contratar Zé Roberto, Elano, Gilberto Silva se estes são instáveis? O reconhecimento só será percebido quando de fato o Grêmio conseguir manter uma sequência de gols e vitórias, quando não depender de um único exclusivo jogador, ou talvez quando parar de querer fazer do Grêmio o cemitério da Seleção Brasileira.   

domingo, 24 de junho de 2012

Saiu (muito) barato


Um tanto inacreditável se comparado aos jogos anteriores, um Grêmio inteligente em campo que utilizou de maneira correta todos os recursos que tinha a seu dispor. Um professor pontual que soube administrar seu grupo até o último minuto da partida, um Luxemburgo mais calmo e tolerante. Pelo esquema ter dado certo podemos concluir que era o que realmente faltava no Grêmio, o amadurecimento da equipe que antes mal se via e espelhava nos resultados, hoje é sinônimo de superação e reconhecimento do esforço, um esforço que fez com que o domingo terminasse com um placar humilde para o tanto que fizeram em campo, um 2x0 que saiu muito barato para o Flamengo.

Se semana passada o que faltavam eram condições para que a bola chegasse aos pés dos atacantes, hoje uma pilha destas chances se formou em campo, compactado e sábio era o Grêmio infiltrando na área do Flamengo, Victor sempre pontual não salvou o Tricolor, mas sim se colocou na função de bom goleiro e fez defesas dignas de um craque. A articulação ofensiva que faltava até então hoje não sobrou apenas para o talento de Kleber, mas também para Souza, o que os determina jogadores de grande importância para a criação das jogadas.

Tivemos sim algumas dificuldades no jogo, mas o Flamengo teve muito mais, além de se manter recuado apresentou um futebol muito diferente das características do Flamengo que conhecíamos e até temíamos. A proposta de jogo do Grêmio faz com que percebamos ainda a falta de criação no meio campo, além de um lateral esquerdo onde não existe nenhuma jogada, mas o que aconteceu hoje é especialmente novo, não houve superioridade do Grêmio, apenas superioridade de iniciativa no jogo, o que pode sim ter sido o principal influente da vitória fácil.

O Flamengo é uma caricatura de time, não restam dúvidas, porém não posso afirmar que o Grêmio tenha ganho apenas por ter sido um jogo contra um adversário fraco. Antes tínhamos um Grêmio com sérios problemas de criação e hoje o mesmo conseguiu jogar de forma inteligente deixando seu adversário para trás, atacantes que proporcionaram jogadas importantes, o que faz com que tenhamos o diferencial dos outros jogos.  Um dia para se reabilitar, para esquecer da eliminação, para crer que o Grêmio permanece mais do que vivo e disposto a se manter na Libertadores do ano que vem. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Doce ilusão


O Grêmio sonhava alto, tinha planos que pareciam invencíveis e um time que por vezes não demonstrava metade da ambição que dizia ter, um time titular em campo que prometia muito mais que um jogo, mas sim um milagre. Em campo ninguém era mais atração que Kleber, não apenas pelo passado que teve no Palmeiras, mas pela atuação que tem no Grêmio parecendo estar concentrado e disposto a vencer mais uma partida. Por fim aparentava estar bem emocionalmente, para os leigos era certo que a vitória pertenceria ao time sério e comprometido que entrou em campo vestindo azul, preto e branco. Uma ilusão arrancada do peito por problemas, na maior parte, emocionais que eliminaram de uma vez por todas o Grêmio da Copa do Brasil.

Desde o término do jogo passado sabíamos que a reação emocional seria o fator que iria definir o resultado desta noite, muito foco e concentração eram as qualidades básicas que se esperava de um time que entraria em campo já perdendo de 2x0, porém fomos ameaçados pela insistência de um meio campo invisível e por um ataque muito pouco decisivo. No jogo não se viu qualidade técnica que pode ser explicado pela falta de visibilidade e movimentação que se deu por causa da chuva torrencial que caía. Um jogo emblemático, tenso e de muitas questões relacionadas à arbitragem.

O problema do Grêmio não foi começar perdendo, e sim o fator emocional que o atingiu depois de marcar seu primeiro gol, a luta contra o relógio foi muito além da concentração e da calma exigidas para definir a partida. O grande problema do Grêmio não é só a falta de preparo psicológico, mas a falta de finalizações, de um lance de maior contundência no ataque. Moreno tem se mostrado eficiente, mas não decisivo o que leva Luxemburgo a pensar em alternativas, alternativas pouco eficazes e até inexistentes. Foi o Grêmio que procurou atacar, que saiu ao ataque e que teve a proposta ofensiva, uma leitura de um jogo conturbado, mas que antes mesmo de começar já tinha placar definido.  

Não adianta pedir um jogador que infiltre, um jogador do drible e da firula. Não podemos nos prender a argumentos sobre número de finalizações e definições. Se fosse apenas isto que o Grêmio precisasse garanto que estaríamos muito longe de dormir cabisbaixos esta noite. O milagre deve ser deixado de lado e então devemos olhar para nosso meio campo, para nossa zaga, de que adianta a polêmica girar sempre em torno de um ataque mesquinho se o problema não é apenas este? Acorda Grêmio, ou tenha mais um ano sem expectativas. 

domingo, 17 de junho de 2012

[pós-jornada] Grêmio 0x1 Náutico


Totalmente insosso, inodoro, e uma pitada de ironia para resumir um jogo de placar inacreditável. Talvez eu esteja me equivocando ao utilizar uma palavra que remete ao extraordinário ou surpreendente, afinal o jogo desta noite não chegou nem perto disso, mas a mesma palavra é cabível quando o contexto é considerado, tínhamos um time previamente considerado vencedor que por merecimento perdeu uma partida fácil. Uma atuação que beirou o ridículo e por isso me faz repetir incansavelmente: um resultado realmente inacreditável.

Tínhamos tudo para conseguir uma vitória, em campo uma escalação ofensiva que em princípio parecia não ficar satisfeita com o empate passava confiança ao torcedor que em peso compareceu aos Aflitos, mas acima de tudo uma história mantinha-se como base do conflito, a motivação principal era a mesma desde 2005, só que desta vez algo mais pesava para o Tricolor, a vontade imensa de retomar o futebol que se perdeu no jogo contra o Palmeiras pela Copa do Brasil na última quarta-feira.  

Não retomamos e isso é claro, o jogo (muito parecido com o passado) deixou visível nosso pior setor onde nada se criou e muito interferiu no placar final. Nosso meio campo não valoriza a posse de bola, a base de chutões leva uma mecânica de jogo que não funciona, a bola não é passada com qualidade, e Marco Antônio novamente não dá boa assistência. O Grêmio não criou por vezes me deixando com dúvidas se realmente existe um sistema ofensivo, e consequentemente se anulou em frente ao único time que não se esperava perder.

Isso visto em campo é a projeção do que vai acontecer daqui para frente. O Grêmio não conseguiu jogar por falta de opção no meio campo, falta de opções para a mudança, e talvez até um pouco de fata de coragem para tal. É preciso que Luxemburgo perceba imediatamente que Marco Antônio não consegue resolver nada, e assim procurar alternativas para que na próxima quinta-feira ainda exista algum tipo de esperança para a permanência do Grêmio na Copa do Brasil. 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

[pós-jornada] Grêmio 0x2 Palmeiras


Não é por acaso que a frase “o começo de jogo é o que determina o que vai acontecer no resto dele” se tornou tão famosa e usada. É o que de fato acontece e são inexistentes argumentos que vão de frente a essa certeza, mas hoje, por um mísero momento, quis questiona-la, acreditando que mesmo sem finalizações o Grêmio daria a volta por cima com sua persistência e acima de tudo com vontade. Talvez até por ironia do destino não foi o que aconteceu, Luxemburgo, que era o responsável por toda uma campanha, pecou na escalação inicial, o que juntamente com a “ambição” de seus jogadores resultou não apenas em uma derrota, mas no fim de todo um trabalho e a possível eliminação antecipada do campeonato.

O que acaba me incomodando depois de atuações como esta não é o resultado final, e talvez nem a eliminação como um todo, mas sim a maneira como Kleber se comportou, como pecou em ritmo e principalmente em posicionamento, como nenhuma finalização a seu rigor se consolidou e claro, como a tentativa de voltar a ser quem era acabou prejudicando ele e toda a equipe. Também me impressiona a falta de inteligência dos jogadores ao saírem desvairados sobre o campo, sem rumo, sem limite, e às vezes até sem bola. O desespero que traduz os dois gols tomados em menos de cinco minutos.

Entre tanto erros inquestionáveis é até difícil acreditar em como chegou até aqui e também como passou pelo Palmeiras de forma tranquila pelo Campeonato Brasileiro. Em frente ao fiasco de hoje seria louca da parte da torcida acreditar em uma possível vitória com três gols de diferença para continuar no campeonato, mas se estes mesmos loucos enfrentam frios intensos e descem avalanches frenéticas acredito que o público para o dia 21 não será pequeno e terá muita gente vestida de preto, azul e branco.

A retranca do Felipão parou o time do Grêmio, isso não deixa dúvidas, mas sim preocupações. Pelo filme de terror assistido parece que não precisamos apenas de um time novo, mas de caráter para ele, de personalidade, talvez até de um pouco de sangue para abrir os olhos de muita gente que ainda acha que isto é brincadeira. A disputa vai ser sem dúvidas um teste que vai selecionar o melhor em todos os aspectos, e o quesito de maior valor será a sabedoria para enrolar adversário, arbitragem e garantir a vaga para a final da Copa do Brasil. 

domingo, 27 de maio de 2012

[pós-jornada] Grêmio 1x0 Palmeiras


A história se mantém a mesma, talvez o único ponto que diferencie o jogo desta noite do jogo contra o Vasco seja o contexto que envolve o adversário. Separar copa do Brasil e campeonato Brasileiro é essencial, assim como a escolha dos jogadores para ambas as partidas, quando se tem essa escolha. Entre as três partidas que teremos contra o mesmo adversário, essa era a que tiraria inúmeras dúvidas e talvez alguns pesos, era a chance que o Grêmio tinha para testar seu sistema tático que, nesta partida, permitia utilizar jogadores fora de suas devidas posições e funções. Além disso, este era um jogo para marcar pontos, analisar o time como um todo e de separar a questão pessoal da questão profissional. Um jogo de segunda rodada, uma segunda chance para entrar com o pé direito no Campeonato Brasileiro.

Indiscutivelmente o Grêmio jogou mais, foi para o ataque, driblou e conseguiu roubadas de bola com perfeição.  Porém um único momento foi necessário para que tudo isso se perdesse, mais um pênalti perdido, talvez questão emocional, talvez questão de treinamento, porém totalmente inaceitável. Inaceitável por ser o segundo em dois jogos, mas também por mudar totalmente a atuação que antes beirava o espetáculo. Neste momento é importante que o Grêmio tenha volume de jogo, mas não podemos nos render ao fato de que não fomos suficientemente produtivos para que houvesse alguma vantagem sobre o adversário. A chance clara foi o pênalti, e mesmo com mais volume de jogo, tanto os meias, quanto os atacantes raramente infiltraram e tiveram jogadas individuais.

O jogo de hoje foi a projeção dos últimos jogos da Copa do Brasil, Pará se destacou, mas sentimos falta de Kleber e Bertoglio, pelo fato destes serem totalmente decisivos dentro da equipe. Miralles, que estava se afirmando, por lesão foi substituído por André Lima, uma situação preocupante, até porque para o jogo de hoje ou para uma situação emergencial André conseguiu resolver. Porém para os próximos jogos, onde é bem possível que Miralles esteja ainda em recuperação, o camisa 99, por falta da habilidade decorrente de suas más atuações, não consiga ser tão útil a ponto de substitui-lo.

Faturamos a partida com um resultado miserável para quem a comandou na maior parte do tempo, ou seja, o Grêmio precisa estar ciente de que este mesmo time o enfrentará mais duas vezes, exigindo assim alguém que tenha um drible mais limpo, uma individualidade clara e objetiva para que a finalização aconteça com mais frequência. O Grêmio jogou bem e parece estar se consolidando a cada partida. Reparos são incontestáveis, mas isso nada mais é do que falta de treinamento e preparo físico, algo que precisa ser trabalhado se Luxemburgo realmente almeja um título.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Da tese para a prática

Carimbamos a classificação sem mistério, já deduzíamos que a vaga seria nossa até porque, o primeiro jogo contra o Bahia mostrou total superioridade do time gaúcho, o que dentro de casa se potencializa, ainda mais quando temos um time mais sóbrio que o de semana passada e mais ciente do quanto valia o resultado positivo. Sabendo da importância de tal, formou-se então o maior público do Grêmio em 2012, cerca de 35 mil torcedores compareceram ao Olímpico, e viram novamente um Grêmio com competência e volume de jogo, que foi capaz de assumir por conta própria a maior parte da partida.

Fernando era nossa atração principal, desempenhando muito bem o papel de volante / meia, contribuiu consideravelmente para que nosso ataque se desenvolvesse ao decorrer das partidas, resultando em um Grêmio com cem por cento de aproveitamento no campeonato. Porém na noite de hoje outro jogador me chamou a atenção, Luxemburgo tenta mostrar um time mais ágil e ofensivo, e isso hoje foi executado através de Miralles, que além do gol feito, tem uma taxa de participação muito grande no jogo, é efetivo contra o Bahia, assim como também foi em São Januário.

Aliás, as discussões sobre a agilidade necessária no Tricolor gaúcho não são de hoje, melhorou muito, mas é óbvio que precisamos de alguém que se movimenta mais do que André Lima, cito este jogador em particular por que é exatamente nele que Luxemburgo tem insistido. O Grêmio novamente foi melhor, jogou e comandou a partida, e devo esse fato à escolha de Vanderlei por um ataque mais ágil, mais capaz de marcar, mais decisivo. Afinal, a partir de agora não podemos mais depender de boa vontade, e sim de jogadores que saibam carimbar a classificação.

O único defeito do Grêmio na partida de hoje foi não ter aproveitado as inúmeras chances de gols que teve, porém soube jogar como time, defendeu com eficiência, e o meio campo se comportou impecavelmente, mais um motivo para se acreditar que todas as polêmicas envolvendo direção e técnico hoje se desenrolam em uma bela atuação. Em tese temos jogadores necessários para enfrentar a próxima fase, só nos basta crer que estes em prática consigam manter o nível que vimos nas últimas semanas. Rumo ao penta, te orgulha torcedor.




domingo, 20 de maio de 2012

(Pós-jornada) Grêmio 1x2 Vasco


Não podia se imaginar começo de Campeonato Brasileiro diferente deste. Foi uma disputa envolvendo dois times que pouparam jogadores por ambos participarem de competições paralelas, porém, com total diferença de qualidade. Não tem como não pensar em um caminho mais curto para a Libertadores a não ser por meio da Copa do Brasil, mas além de ser muito bom começar com o pé direito na primeira rodada do Brasileirão, se torna questão de honra vencer para quem sofreu com erros de uma arbitragem totalmente irresponsável e grotesca.

Mas para que nossos adversários não se rendam aos comentários ofensivos, declaro aqui minha opinião sobre o sistema tático do Grêmio, tentando achar explicação através dos pobres jogadores para tal façanha. Em primeiro lugar é importante ressaltar a vantagem que temos sobre o Bahia para o jogo da próxima quarta-feira, o que então não justifica a decisão de Luxemburgo ao poupar titulares. Em segundo lugar sabemos que o Brasileirão tem uma hierarquia muito maior que a Copa do Brasil, ou seja, titulares sempre terão maiores chances para concretizar a vitória.

O Vasco é uma caricatura de time. Não tinha moral, nem potencial para chegar a tal resultado, e isso eu enxergo através da incompetência que teve ao jogar contra a maioria de nosso time reserva. O Grêmio arriscou muito ao poupar seus jogadores, mas impressionou torcida e técnico ao se mostrar uma equipe funcional, que propôs jogo e atacou muito mais enfatizando as individualidades de cada um. Infelizmente contra um time que tentava fazer valer o fator local como diferença (apenas isso), o Grêmio não foi capaz de superar seu adversário.

Parabenizo o Grêmio pela atitude digna que teve ao ter de aceitar um gol mal anulado ou uma cobrança de pênalti mal cobrada. O torcedor, mais do que ninguém, sabe o quão capaz é seu time e, que o resultado, hoje, não nos prova nada além de que o Brasileirão continua com o mesmo nível de sempre. O Grêmio produziu mais e teve maior volume de jogo, foi melhor do que o Vasco da Gama, foi injustiçado pela arbitragem e se rendeu a ela. Esse é o resumo completo da vergonha que (ainda) cerca nosso futebol. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Classificação antecipada


O histórico dos confrontos entre Bahia e Grêmio gera incômodo, principalmente entre os gremistas.  É curioso, de certa forma, perceber números tão parecidos em times tão diferentes, tanto taticamente, quanto no comportamento dos respectivos jogadores. Seja tabu, seja jejum, hoje um Grêmio forte e muito superior ao seu adversário, novamente repetiu este quadro. Pela primeira vez competindo com um time da primeira divisão, o Grêmio além de ter a vantagem de decidir o apito final do confronto no estádio Olímpico, tinha vantagem considerável se tratando de elenco, e mesmo assim sofreu e pecou muito nas finalizações, resultando assim em um placar muito menor do que seria se houvesse um pouco mais de comprometimento da equipe.

Escapamos do sufoco por muito pouco em um jogo onde uma vantagem considerável deveria ser aberta nos minutos iniciais. Citar as obrigações do Grêmio não mudam as atitudes do grupo, mas deixam o torcedor preocupado se tratando de uma superioridade infinita que tivemos nos 90 minutos, superioridade que só rendeu resultados quando foi aliada à consistência de Vilson no meio campo. Enfim, não tínhamos motivo para tal demora, para tal descaso do ataque, afinal o gol fora tem importância grande e todos sabiam que um saldo qualificado tranquilizaria equipe e torcedor, lamentável.

Uma vitória que apenas traduziu o que já citamos antes: um gol fora de casa na copa do Brasil definitivamente define uma classificação. Classificação digna da superioridade de um time qualificado muito mais volumoso que seu adversário, mas que não convence seu torcedor por ainda ter um sistema tático “medroso”. Imagino que seja por isso então que Luxemburgo tenha optado por Leandro no segundo tempo, para fazer com que o Tricolor criasse outra personalidade, e arriscasse mais nas infiltrações na área.

Futebol é fascinante por isso, o improvável acontece a todo o instante e o instante acontece através do improvável. O Grêmio jogou inquestionavelmente melhor de que seu adversário, e a vitória certamente foi seu mérito nesta noite. Desde o início da partida, o time de Luxemburgo foi compactado, jogou no campo do adversário, e pecou nas finalizações. Com a esperança de ver um Grêmio muito melhor e tranquilo no jogo de volta, o importante era apenas certificar, nesta partida, a classificação para as semifinais, e isto está praticamente decidido independente de atuação. 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Como diz o ditado



"O acaso não existe. Quando alguém encontra algo de que verdadeiramente necessita, não é o acaso que tal proporciona, mas a própria pessoa, seu próprio desejo e sua própria necessidade o conduzem a isso." A vitória da noite de hoje expressa exatamente o dito por Herman Hesse, não aconteceu por acaso, mas sim pela dominação ampla do Grêmio sobre o jogo. O Grêmio não só converteu as duas chances que teve, como apresentou cem por cento de aproveitamento, fato que apesar de ser corriqueiro no futebol, ligado a certa dose de sorte e claro, duas construções muito bem feitas fazem do Grêmio, essa noite, um time merecidamente vitorioso.

Totalmente contrário do Grenal que eliminou o Grêmio do estadual, as finalizações desta noite foram tranquilas, serenas, e claro, qualificadas. Os gols de alta categoria desmoralizaram totalmente o Fortaleza, construindo assim a melhor formação de meio campo que o Grêmio teve na era Luxemburgo, a formação na qual se deveria apostar mais, onde jogadores finalmente funcionam e a marcação existe.  O adversário muito pouco fez, a proteção defensiva desde o início nos dava a sensação de que permaneceria intacta durante a partida, tranquila acima de tudo, não permitiu nada ao Fortaleza. Moreno teve uma atuação muito boa considerando o tempo que ficou parado, André Lima nem tanto, o que nos faz repensar sobre sua permanência no time.

Principalmente com ímpeto ofensivo, Edilson chegou á frente com muita frequência, estava esperando a oportunidade, e agora está justificando sua permanência na equipe do Grêmio, Werlei também mantem-se seguro. O Grêmio em si demostrou absoluta autoridade, deu algum espaço ao Fortaleza, mas a marcação (pela primeira vez) foi mais rigorosa. O resultado foi do tamanho da superioridade do time gaúcho, e a tentativa correta e funcional de refazer o sistema defensivo nos deixa mais tranquilos, por ter conseguido principalmente preservar o resultado.

É sempre muito bom ver que o Grêmio a cada derrota busca entrar em campo na sua próxima partida com a cabeça erguida, e é justamente pelo que vi hoje que a partida contra o Fortaleza jamais poderá ser um pedido de desculpas ao torcedor.  Tiro essa conclusão por ter visto em um jogo de diferença de três dias após a eliminação, entradas corretas nos momentos oportunos, organização perfeita e passes exemplares, um ataque musical sonorizando cada gol feito e anunciando uma vitória esplêndida. Orgulho até certo ponto, mas vergonha para quem brincou de jogar em decisão.


domingo, 29 de abril de 2012

Para aprender

Em clássico Grenal ninguém abre o jogo, todos buscam impor surpresas, e o determinante é o posicionamento dos jogadores e suas devidas tarefas defensivas. É preciso o perfeccionismo defensivamente e ofensivamente, assim como na maneira como o time será colocado em campo. Infelizmente, em nenhum desses aspectos o Grêmio foi feliz, apelando para o ridículo, tanto fez que acabou sendo eliminado do Gauchão.

Em clássico Grenal espera-se uma vontade extra para jogar. O detalhe faz a diferença e a diferença é saber definir no momento certo, exigindo assim uma postura em campo própria do clássico. Porém, quando um clássico como o Grenal não empolga mais como antigamente é porque tem algo muito errado, ou na organização, mas principalmente na perda de qualidade no futebol que não empolga mais ambas as torcidas.

O Grêmio em si apresentou volume de jogo, se mostrou ofensivo na maior parte dele, mas não funcionou na definição, não se materializou conforme a teoria, e não se dedicou a ponto de convencer o torcedor que ali estava para disputar a final de um turno e a classificação para a final. Luxemburgo por muitas vezes tentou corrigir os erros que vinham dos pés de Gabriel e acabou sendo ele o alvo errado da história. Um jogo para colocar defeito sim, uma atuação de um bando de mimados dispostos apenas a aparecer.

Começamos assim como terminamos, entre altos e baixos continua sendo perceptível a necessidade de uma zaga mais consistente. Discordar da arbitragem em muitos detalhes é normal em um clássico que vale acima de tudo taça e classificação, por isso essa não é, no meu ponto de vista, responsável por placar algum. A derrota para o internacional acaba servindo de lição para alguns irresponsáveis, bom por um lado, afinal, aparentemente o Grêmio aprendeu com seus erros muito pouco, praticamente nada.

domingo, 22 de abril de 2012

Agora é decisão

Fonte: http://aduplagrenal.com.br/2012/02/o-primeiro-do-ultimo-ano/

Com o adversário confirmado para a final de domingo (29) confesso estar assustada, não pelo fato de ser o Internacional, afinal deduzíamos já há algum tempo que o Gre-nal seria inevitável, mas pelo que vi no jogo contra o Canoas. O fato é, o Grêmio pecou por três motivos principais, o primeiro é claro, por não demonstrar qualidade alguma em campo, segundo por estar pecando nas jogadas e passes sabendo que a disputa se tratava de uma vaga na final do estadual, e terceiro por repetir o que está se falando há meses, os mesmos erros na sonolência e preguiça de quem muitas vezes me faz pensar se merece ou não disputar uma final.

O comprometimento é outro fator que preocupa muito, assim como na final do primeiro turno, o Grêmio parece estar no ritmo paciencioso e despreocupado que não rende nada, muito menos títulos. É preciso que o grupo perceba a importância de se estar ali, o motivo principal de receber fortunas como salário é o resultado que se espera em campo, o qual não pode ser apresentado em forma de showzinhos e futebol arte, mas como o simples e o necessário para a conquista.

Ser crítico nesse momento precisa envolver o racional, mas é difícil manter a lógica quando estamos tratando de um Gre-nal decisivo onde nada parece estar a favor. Retomo minha fala de semana passada quando disse que nem argentino, nem sistema tático ou técnico poderá definir a partida, repito e digo mais, bastou até o jogo de ontem, não é nem necessário entender o mínimo do futebol para perceber que o Grêmio parece estar se colocando na forca, e implorando uma goleada histórica agindo com tamanha infantilidade.

Pois bem torcedor, posso estar enganada e espero muito ver dois TIMES em campo no domingo que vem, além do mais é difícil prever o futuro de um Gre-Nal como este, seu peso vai muito além de qualquer expectativa ou conclusão antecipada. Agora é cada um por si, o imprevisível está por vir e para isso Luxemburgo precisa ainda preparar o emocional de seu time, afinal, é preciso antes de tudo muita concentração e sangue frio para o enfrentamento, estamos nos referindo ao maior clássico do sul do país.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Qualidade técnica como diferencial

Enfim respirando um pouco mais tranquilos depois da turbulência recheada de lesões que querendo ou não ainda nos cerca, o Grêmio pode se dizer estar com a mão na taça, nem um pouco precipitado, e muito menos equivocado hoje temos a garantia de ao menos uma estrutura técnica completa e funcional. Posso estar generalizando o fato de que Luxemburgo é um bom técnico, mas é inegável sua atribuição para o time e sua força de vontade ao tentar mudar o que parecia incorrigível.

Não descartando os problemas que ainda temos, os mesmos que nos fizeram perder para o Pelotas, insisto nessa questão de que o técnico é quem define o futuro de seu time. Basta olhar hoje para o elenco do próprio Grêmio, desfalcado e com poucas opções que respondem ao dever em campo, vence a maioria de suas partidas com três ou mais gols, graças a uma qualidade técnica inquestionável e a um sistema tático novo a cada partida, relacionado aos jogadores aptos para esta. Goleadas que concretizam o aprendizado dos recém-chegados, pede calma aos veteranos e renova o estilo de jogar tricolor.

A questão “Miralles” que finalmente teve um desfecho feliz entra neste mesmo contexto. Com a calma (obrigatoriamente) adquirida conquistou seu espaço em campo, não dando a perceber mais a preguiça que antes definia seu futebol sonolento. Retomou aquele guri do Colo Colo que queríamos e compramos. Um futebol que tem como diferencial a tradição argentina. O que nos resta é comemorar essa nova fase, uma zona de conforto se abrindo apenas para aqueles que podem se dar ao luxo, afinal muitos problemas nos distanciam ainda do time perfeito.

Apesar dos últimos placares algo parece incomodar o torcedor gremista, e confesso que muito me incomoda também. O fato de estarmos nos encaminhando para a final gera desconforto ao perceber que também nos encaminhamos para um GREnal decisivo. Em final de taça sempre preocupa, independente de um estar ou não mais capacitado que o outro para o enfrentamento. Insisto nessa questão justamente por saber as qualidades e defeitos que temos, estamos preparados para o previsível, mas não para o contrário. Como dizem, GREnal é GREnal, e então nem argentino, nem sistema tático ou técnico poderá definir a partida. Por enquanto ainda basta.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Goleadas incontáveis

Mesmo sendo contra um adversário sem tradição no futebol, e mal posicionado no campeonato sabíamos que não seria um jogo com uma atração especial para trazer o torcedor ao campo, porém curiosa em alguns aspectos, justamente por não termos a figura principal do grupo chamada Kleber. Este último o responsável por nos dar motivos de sobra para preocupações além das já existentes. Porém com um sistema ofensivo “inusitado” o Grêmio conseguiu liquidar a partida, e com Bertoglio ocupando o lugar do Gladiador fechou o placar com quatro gols, estes de Marcelo Moreno, Léo Gago e Julio Cesar.

O que Luxemburgo tinha (e tem) no momento parecia não funcionar na prática, os problemas envolvendo a articulação ofensiva no meio-campo preocupam assim como preocuparam nos últimos jogos, que por sinal, terminaram com placares excelentes. O Grêmio é hoje amplamente favorito, e tem jogado contra adversários muito inferiores do que ele próprio, assim, apenas precisaria resolver seus problemas independente da força de seu rival, explorando suas diversas qualidades. Porém é um grupo que ainda insiste no incerto, em um sistema defensivo repleto de falhas coletivas, e principalmente no adjetivo “confuso”.

O placar de hoje é apenas mais um na conta das diversas goleadas colecionadas no campeonato Gaúcho. Marcelo Moreno é um guri que tem auxiliado o grupo constantemente, com caráter e vontade se fez artilheiro na equipe. Com Bertoglio, temos uma característica um pouco diferente, sobretudo na ausência de Kleber, por termos ele em uma posição que não é sua, mas agregando positivamente. As duas laterais vazaram assim como o meio campo, permitindo concluir que coletivamente o Grêmio preocupa, mas na técnica consegue se impor e, acima de tudo, superar estas pequenas falhas.

A contagem regressiva começou para o Grêmio, não apenas tratando-se de campeonato, mas também por estarmos muito pertos da perfeita simetria. Julguem-me, mas antes comparem o que temos agora em campo e como agimos sem jogadores que consideramos até então essenciais, com o frágil Grêmio que antes mal entrava em campo para garantir apenas a “participação”. Para encerrar de uma vez por todas essa novela apenas lhe peço que continue em teu estado de torcedor, o resto o Grêmio mostrou que sabe fazer. Afinal a novela que se inicia às nove horas da noite se chama Avenida, e esta acabamos de atropelar.
Avante Grêmio.