segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Hora de mudar

Os riscos envolvendo o jogo da semifinal eram grandes e muitos, sabíamos da importância de tal, mas também da grandeza do adversário, das dificuldades que encontraríamos fora de casa e principalmente do esforço necessário para garantir a vaga, o que não era de nosso conhecimento, mas, parecia tão provável para quem acompanha o time, era que o Grêmio mesmo com domínio total de jogo passasse do céu ao inferno em cerca de segundos, e lamentavelmente foi o que aconteceu.

Explicar a derrota nas penalidades para o Caxias de nada compensa no momento em que o que precisamos é de soluções básicas para o time, além do mais é injusto de qualquer parte da imprensa relacionar tal resultado com o nome de Victor, que muito fez no Grenal e repetiu a dose no jogo de ontem. Com a chegada de Luxemburgo ouve sim mudança no geral, o Grêmio apresenta-se hoje com um time igualmente composto ao de Caio Jr., porém com a vontade e a seriedade que antes pecavam em campo.

Outro item a ser destacado são nossas contratações (as já feitas, e as que estão se encaminhando), Kleber é a prova de que o que é esclarecido no papel pode ser apresentado igual ou muito melhor em campo, mais um motivo para seguir em frente com os projetos e dar atenção redobrada aos que chegaram a pouco no Grêmio. Marquinhos e Marco Antônio são exemplares em suas funções, além de conceder ao time uma cara nova consequente de suas individualidades.

Apesar de não estar classificado para a final da taça Piratini, o time num todo passou para o torcedor o que almeja daqui para frente, dedicado e quase pronto taticamente para campeonatos maiores, o Grêmio na maioria das vezes fez jus ao nome. Por enquanto esperamos ansiosamente por Bertoglio e Cristian Rodriguez, talvez algum zagueiro qualificado para ocupar a função também venha. Para encerrar de uma vez por todas a derrota que nos desclassificou, que fique claro, pênaltis não dependem de sorte, dependem da competência individual, e se isso nos falta é porque está na hora de mudar.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O diferencial da conquista

(Foto: Edu Andrade/Agência Estado)


Grenal não cabe no quesito racionalidade, sempre foi movido pela emoção, ou por outros mil sentimentos e sensações que passam em cerca de 90 minutos. Dizem que o que realmente vale é ser aguerrido, mostrar o diferencial e saber lidar com ele, talvez para o Grêmio a questão não seja apenas esta, a noite de ontem não foi superação do grupo, mas um singelo pedido de desculpas através da superação individual, um time que trouxe os mesmos erros da semana passada para dentro de campo e os transformou na fraqueza do adversário individualmente, sabe-se lá como.

Em meio a tantos imprevistos, Kleber e Léo Gago se destacaram e fizeram do Grêmio vencedor em pleno Beira Rio, o placar de 2 a 1 nesta quarta-feira se destacou não apenas por ser vitória tricolor, mas por ser a eliminação de seu maior rival do primeiro turno do estadual. Mesmo a escalação de princípio não agradando, principalmente por ver Gilberto Silva como zagueiro, o provisório Roger soube valorizar a fase de cada um, e possivelmente tenha visto ali um recomeço para nossa defesa.

Agora com a vitória sob um adversário de nível até superior que o próprio tricolor gaúcho, totalmente anulado pelo inovador sistema de marcação imposto pelo time de Luxemburgo, é possível que se deixe de lado (por enquanto) picuinhas a respeito de técnico e assim possa garantir maior atenção para os setores, melhoramentos e perfeição para as futuras partidas. Importante não apenas ressaltar toda a mudança técnica, afinal essa ainda não me convenceu, mas sim a atitude madura que já se impôs como diferencial.

Mesmo ainda crendo que o Grêmio se sustenta a base de esperanças e de muito passado, é indiscutível a formação deste, temos sim um time pronto para enfrentar o estadual, basta apenas apresentar-se com dedicação e caráter, aliás, é deste último o qual necessitamos com mais urgência, um conjunto de qualidades que distingue o Grêmio de qualquer outro clube.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O carnaval do futebol

Não sou das mais chegadas em sambódromos e alguns confetes, nem no espírito carnavalesco que por fim me dá arrepios, mas o bom de estar passando por este “acontecimento” é que percebe-se até mesmo os que são repelentes ao Carnaval em algum momento deste chegando ao ápice da burrice humana, e, diga-se de passagem, na época certa para tal. Não que passistas e escolas de samba tenham a ver com o momento sombrio que se passa o Grêmio, mas os fatos ocorrentes nas últimas horas se igualam a este em termos de palhaçada.

No final da tarde deste sábado as conversas não se direcionavam ao esquema tático, muito menos contestavam a zaga (ainda) inexistente, nem as chances claras de gols perdidas, para resumir, o assunto “futebol” era escasso depois da derrota para o São José, a única e já conhecida fala que se ouvia nas direções do Olímpico era "Fora"! Um “fora” irresponsável, muito pouco coerente e com peso algum nas cabeças dos milhares que expulsaram Caio, inclusive de uma diretoria sem noção de futuro que tenta consertar o time com remendos, remendos estes que não nos proporcionam nada.

A situação não está boa desde o pré-estadual, a partir disso soluções foram apontadas e se encaminharam para um único foco, contratações que praticamente de nada adiantaram, mas que mesmo sem resultados continuam chegando em grande escala no Tricolor. É difícil questionar o que tanto pedíamos, até por que é mais do que claro que o Grêmio precisa destes reforços, mas até que ponto serão mantidos os verdadeiros culpados pela situação atual? E quando as atenções se direcionarão a isto?! Está na hora de cortar, fazer mais do que já foi feito e assim eliminar intrusos em campo.

Se o dilema no momento é manter ou não aquele que tentou reformular de todas as maneiras possíveis o time, contratando, usando esquemas até então desconhecidos e por fim quase atingindo a perfeição em um jogo de placar 4x1, sinto muito, mas para o Grêmio a palavra é regressão, e quanto à nova contratação que está por vir chamada Luxemburgo e ao carnaval que estão fazendo dentro do clube a palavra para o momento é NÃO.

Lamento, que venha o Gre-nal.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O óbvio como troféu

Vencer já era um verbo escasso em nosso vocabulário, golear então, inexistente, mas para a felicidade e alívio da torcida a noite de ontem quebrou todos os tabus, e finalmente Caio Júnior conseguiu agir com racionalidade técnica ao escalar e realizar algumas substituições. Da noite para o dia o Grêmio apresentou-se como tal, exigiu e impôs respeito ao abrir 3 gols de diferença sobre o Santa Cruz, além de convencer o torcedor de que está estabilizado nos pontos ,anteriormente, mais críticos.

Há muito tempo vínhamos falando do óbvio, não apenas pelo desejo de ver um Grêmio mais correto em campo, mas também ele como dominador, conseguindo tocar a bola em todos os setores para facilitar a construção de jogadas e a chegada da bola no ataque. Ainda que não tenha sido com a naturalidade que exige o perfeito futebol, no único jogo que a obviedade foi realmente percebida ocorreu uma troca de passes no meio campo com maior perfeição mesmo faltando velocidade e acertos nos passes dos meias para os atacantes. Uma grande e perceptível mudança que implorava apenas a previsibilidade.

As pontuais substituições de Caio também foram definitivas para a vitória pessoal e do grupo, ingressando Gilberto Silva no lugar de Leandro o time fica mais equilibrado, não se sente tanto a insegurança da zaga, mas contra times melhores a falta dessa consistência com certeza será sentida. O problema do Grêmio deixou de ser monstruoso, porém a falta de combinação (defesa meio campo ataque) precisa ser revista, principalmente quando acaba influenciando no espaço entre meio campo e ataque.

Tanto técnico como jogador precisam aprender ainda, talvez eliminando os erros óbvios ambos consigam aprimorar a qualidade exigida por campeonatos maiores e assim crescer futuramente. Com a chegada do volante Souza vindo do Porto e do meia Facundo Bertoglio praticamente confirmado estas mudanças podem ocorrer mais rápido. Que venham muitas outras noites de zagueiros como a de ontem, não apenas para ganhar e convencer o torcedor, mas para consolidar essa nova fase.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A filosofia explica

(Foto: Edson Castro/Futura Press)


“A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos”- Barão de Montesquieu. Se no século XVII a frase já tinha efeito imenso sobre as pessoas, hoje é a confirmação do que ocorre com nosso país em termos tanto políticos quanto sociais. Mas como falamos de futebol por aqui me achei no absoluto direito de leva-la a campo, não por ter a obrigatoriedade de usa-la e sim por realmente enxergar que toda a bagunça vista no primeiro e pouco no segundo tempo se encaixava perfeitamente nesse conceito.

O esquema mais “aberto” proposto por Caio mesmo antes de o jogo começar dava a certeza de que não funcionaria, não que a intenção não fosse boa, nada disso, mas depois de 5 jogos e 2 derrotas é considerado incompetência insistir no mesmo erro. Nada relacionado ao sistema tático, mas sim à obsessão de manter Marquinhos como segundo volante e Leandro como armador, o erro não só custou um gol, como abalou toda a estrutura do time. Uma decisão inadmissível, por um frenético, mais um de tantos que já passaram por aqui.

Ficou claro, o Grêmio adotou uma forma de jogar que só pode estar certa por acaso, não conseguindo penetrar pelo lado esquerdo acaba pecando na criação, na qualidade e na posse de bola reconhecidas nas constantes derrotas. Falta um armador, falta alguém de qualidade que tenha a criatividade para fazer com que a bola chegue á Moreno e Kléber, falta efetividade nas cobranças de falta, falta técnica para colocar jogadores em suas devidas funções e assim voltar a jogar dentro do campo do adversário e criar chances de gols. Não falta muito, é apenas questão de bom senso.

Com a vitória (escancarada na única jogada certa que Grolli fez esse ano) é preciso colocar a cabeça no lugar, se começamos mal o campeonato é por que estávamos mal escalados e também pela falta de qualidade em alguns setores. Não temos outra justificativa se não acreditar que seja culpa de Caio, e nem crer que este perdure por muito mais tempo dentro do Grêmio. Estamos pagando pelos erros de apenas uma pessoa, inaceitável, mas por enquanto é o que temos.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Perdas, lesões e a difícil decisão da diretoria

Tanto assustadoras como também turbulentas as semanas para o Grêmio desde o início da temporada passam voando, as derrotas e os descasos não se devem apenas ao pouco tempo que o grupo teve para se recompor depois de grandes perdas e contratações, mas também (e principalmente) por não conseguir achar uma forma de fazer isto, se estabilizar em meio a um furacão de lesões, perdas e ego demasiado de alguns parece tarefa impossível para o Tricolor gaúcho.

Comecemos então com a diretoria, que por sinal sempre é o alvo das mais duras corneteadas, não especialmente Odone, mas Pelaipe, aquele que ia contratar Giuliano e Carlos Eduardo, me deixa curiosa a respeito das desistências e consequentemente do fracasso dos últimos dias. Não contesto e nem quero me opor às decisões destes, mas como torcedora me acho no direito de saber para onde vai o dinheiro empregado em nada, é uma tamanha falta de informação que chego a pensar que está indo para o mate de fim de tarde.

Não considero o Grêmio o clube mais milionário do mundo, mas com a saída de Douglas (muito bem pago por sinal) e Rochemback, os cofres do Tricolor vazios é que não estão. Quanto aos jogadores (tirando agora a safra de lesões) temos um time praticamente em perfeito estado, os primeiros e talvez únicos investimentos seriam em uma nova zaga e em um camisa 10 titularíssimo. Mas se nada foi feito muito certo até agora, acredito eu que a diretoria juntamente com Caio já tenham em mente algo brilhante para tapar os buracos deixados pelo maestro e pelas perdas deste ano... ou simplesmente não.

Mas de que vale a firula, o comprometimento e a responsabilidade dentro de campo se fora dele não existe apoio e a raça de que tanto falamos semana a semana? A vitória é importante, abrir os olhos de jogador, técnico e direção mais ainda, mas o que mantém a relação disso tudo com o Grêmio é o conjunto torcedor-clube, é a presença no Olímpico no ano dele, é apenas provar que tudo o que foi dito acima tem um sentido e um motivo para acontecer, você torcedor.