domingo, 9 de dezembro de 2012

Antes de tudo, o Grêmio é Gaúcho

As mãos começam a suar, as pernas já não permitem mais serem controladas e as lágrimas escorrem sem ao menos você perceber. Não foi uma, mas centenas, milhares de pessoas, dentro ou fora da Arena que ontem equilibraram tristeza e alegria pela perda e pela conquista de duas casas em uma semana, uma emoção que não consegue ser traduzida com palavras, mas colorida com azul, preto e branco. Não foram apenas gremistas, o Brasil inteiro se emocionou com o espetáculo proporcionado por direção e torcida na inauguração do novo estádio, mas os aplausos para a organização são por um único e exclusivo motivo: nunca se teve tanta vontade de gritar para o mundo o quanto é bom pertencer ao Rio Grande do Sul.

Não digo que o mais impressionante foi o entusiasmo da torcida e a casa lotada, isso é de praxe, foi no Olímpico e é levado agora para o bairro Humaitá, mas a maneira como pensaram e reproduziram a nova Arena Gremista é o que me faz tirar o chapéu realmente. Não cabem dados numéricos aqui, afinal a crítica hoje é exclusivamente sentimental e pessoal, mas também não seriam necessários cálculos para concluir que o Grêmio deu um passo gigante na sua história. Um belo final de mandato para Paulo Odone, um belo começo para Koff, e agradecimentos justos para Eduardo Antonini.

Depois do espetáculo proporcionado na noite de ontem só me resta lamentar por não poder ter sentido pessoalmente o que foi, porém alguns recados, mesmo que distantes, foram repassados. Ao mundo permanece a grandiosidade deste Gigante Imortal chamado Grêmio, ao Rio Grande do Sul sem sombra de dúvidas resta o orgulho, ao Grêmio sobram responsabilidades, alegrias, conquistas, derrotas e vitórias. E ao torcedor resta a presença na sua mais nova e linda casa, para imortalizar uma nação tipicamente e orgulhosamente gremista e GAÚCHA.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Eternizado na história

Fonte da imagem: Site Grêmio

Esta não é uma crítica, afinal, o que poderíamos criticar no dia de hoje? O esquema tático não chegava aos pés da real importância de um jogo como este. As brigas e polêmicas pouco rendem por serem clichês em dias de Grenal. As expulsões tanto de Luxembugo quanto de Damião e Muriel apenas foram consequências do fator emocional que comandava a partida. Ou seja, nada que não se chamasse Olímpico iria nos fazer chorar, gritar, ou sorrir, era ele nosso ilustre personagem, o único responsável por possibilitar os diversos espetáculos e os nem tão espetaculares assim.

O componente diferenciado da partida de hoje pode e deve ser considerado ao falarmos dos quesitos técnicos. O Monumental estava completamente lotado, a torcida eufórica, querendo antes de tudo ter na sua memória este último jogo. Mas o que nos deixa atordoados é maior do que isto, é saber que o velho Olímpico vai abaixo, fato que acredito ser um dos principais responsáveis pelos limites ultrapassados por Saimon, ou pelos torcedores culpados pela confusão envolvendo Flavio Soares. Grenal é um campeonato a parte, vale e vale muito. Para o Grêmio a disputa envolvia uma vaga direta para a Libertadores, já para o Internacional a deliciosa sensação de estragar a festa do rival. Mas para nós torcedores valia apenas a sensação de estar, sentir e respirar o Olímpico pela última vez.

Este dois de dezembro vai para a história do futebol do Rio Grande do Sul, se jogou a última partida em um estádio de quase 6 décadas de choro, alegrias, vibrações e grandes disputas. Foram enfrentamentos maestros de uma história inesquecível, e quis esta que o último jogo fosse um Grenal. A Arena está deslumbrante, e a partir do próximo sábado será o palco do nosso futuro, mas o passado, a história toda deste Olímpico encravada no bairro da Azenha fica no coração de cada Gremista. Este velho casarão que fez muita gente sofrer e sorrir deixa uma memorável e extraordinária história. Parabéns ao Grêmio, mas principalmente a nós que vivemos este Olímpico intensamente.

“Alguns insistem em acreditar na continuidade de uma história, na sequência interrupta que o Grêmio está vivendo na migração do Olímpico para a Arena, é quase que um detalhe a parte da trajetória do tricolor Gaúcho. Mas para outros é o fim de uma hera, eu prefiro que seja assim, não tem como lembranças, lágrimas, gritos e abraços serem divididos, não estou me referindo ao time Grêmio, mas à casa que nos recebeu e foi palco de espetáculos incríveis e que em momento algum poderá ser comparada. Hoje então Grêmio e torcida fecham um ciclo para que outro seja aberto, foram longos e nem tanto assim 58 anos, vivi apenas uns 5 ou 6 destes, mas para cada avalanche, para cada comemoração feita, é uma lágrima que hoje escorre implorando não para que fique, mas para que permaneça para sempre na memória. Olímpico Monumental, o nosso Olímpico, a eterna primeira casa para muitos Gremistas.” - Homenagem a todos os Gremistas que assim como eu viverão eternamente o Olímpico.