Fonte da imagem: Site Grêmio
Esta não é uma crítica, afinal, o que poderíamos criticar no
dia de hoje? O esquema tático não chegava aos pés da real importância de um
jogo como este. As brigas e polêmicas pouco rendem por serem clichês em dias de
Grenal. As expulsões tanto de Luxembugo quanto de Damião e Muriel apenas foram
consequências do fator emocional que comandava a partida. Ou seja, nada que não
se chamasse Olímpico iria nos fazer chorar, gritar, ou sorrir, era ele nosso
ilustre personagem, o único responsável por possibilitar os diversos
espetáculos e os nem tão espetaculares assim.
O componente diferenciado da partida de hoje pode e deve ser
considerado ao falarmos dos quesitos técnicos. O Monumental estava completamente
lotado, a torcida eufórica, querendo antes de tudo ter na sua memória este
último jogo. Mas o que nos deixa atordoados é maior do que isto, é saber que o
velho Olímpico vai abaixo, fato que acredito ser um dos principais responsáveis
pelos limites ultrapassados por Saimon, ou pelos torcedores culpados pela
confusão envolvendo Flavio Soares. Grenal é um campeonato a parte, vale e vale muito.
Para o Grêmio a disputa envolvia uma vaga direta para a Libertadores, já para o
Internacional a deliciosa sensação de estragar a festa do rival. Mas para nós
torcedores valia apenas a sensação de estar, sentir e respirar o Olímpico pela
última vez.
Este dois de dezembro vai para a história do futebol do Rio
Grande do Sul, se jogou a última partida em um estádio de quase 6 décadas de
choro, alegrias, vibrações e grandes disputas. Foram enfrentamentos maestros de
uma história inesquecível, e quis esta que o último jogo fosse um Grenal. A
Arena está deslumbrante, e a partir do próximo sábado será o palco do nosso
futuro, mas o passado, a história toda deste Olímpico encravada no bairro da
Azenha fica no coração de cada Gremista. Este velho casarão que fez muita gente
sofrer e sorrir deixa uma memorável e extraordinária história. Parabéns ao
Grêmio, mas principalmente a nós que vivemos este Olímpico intensamente.
“Alguns insistem em acreditar na continuidade de uma
história, na sequência interrupta que o Grêmio está vivendo na migração do Olímpico
para a Arena, é quase que um detalhe a parte da trajetória do tricolor Gaúcho.
Mas para outros é o fim de uma hera, eu prefiro que seja assim, não tem como
lembranças, lágrimas, gritos e abraços serem divididos, não estou me referindo
ao time Grêmio, mas à casa que nos recebeu e foi palco de espetáculos incríveis
e que em momento algum poderá ser comparada. Hoje então Grêmio e torcida fecham
um ciclo para que outro seja aberto, foram longos e nem tanto assim 58 anos,
vivi apenas uns 5 ou 6 destes, mas para cada avalanche, para cada comemoração
feita, é uma lágrima que hoje escorre implorando não para que fique, mas para
que permaneça para sempre na memória. Olímpico Monumental, o nosso Olímpico, a
eterna primeira casa para muitos Gremistas.” - Homenagem a todos os Gremistas que assim como eu viverão eternamente o Olímpico.