sábado, 27 de outubro de 2012

Reafirmando conceitos


O histórico do confronto entre Bahia e Grêmio gera incômodo, pelo menos a mim. Não é de hoje que tentamos entender como os jogos envolvendo estes dois adversários geram tamanha tensão e competitividade em campo, longe de estar desmerecendo o futebol que tem o Bahia, apenas buscamos uma explicação lógica, matemática, para os resultados que envolvem times de pontas de tabela totalmente distintas. O tabu foi quebrado e o jejum já se passou a tempos, um Grêmio forte e muito superior ao seu adversário (ao menos na teoria), sofreu e pecou muito nas finalizações, resultando assim em um placar muito menor do que seria se houvesse um pouco mais de comprometimento e determinação da equipe de Luxemburgo.

O fator local de certa forma sempre foi um problema para o Tricolor Gaúcho, citar aqui as obrigações do Grêmio não muda a lógica se este mesmo time não tiver uma preparação ao menos psicológica para enfrentar a torcida adversária. Ou seja, será sempre um jogo para ser disputado palmo a palmo, uma corrida frenética e estressante atrás da vitória, independente se este adversário estiver ou não qualificado e competindo diretamente a vaga. O problema então não cai nas mãos de Luxemburgo, mas de todo um time que precisa rever o significado das expressões “qualidade técnica”, “superioridade” e “objetivo final” se quiser garantir a vaga.

Não se dá conta, ou não quer se dar os que ainda de alguma forma querem corrigir o Grêmio. A melhor forma de dar continuidade estava em campo, temos sim um time com capacidade, com qualidade, sempre tivemos, está aos nossos olhos para quem ainda duvida, Kleber, Elano, Marcelo Moreno, Zé Roberto, Anderson Pico e outros mais, um time de peso, um time sem determinação. Confesso, eu não consigo me dar conta, não entendo a lógica irracional do futebol, de como brilham e se apagam tão rapidamente, a maneira como o teatro e a armação se englobam nessa ironia, a tal ironia que diz não almejar apenas uma vaga, mas sim um título.

Lamento, e muito. O Grêmio tem uma das propostas mais convincentes do campeonato, mas hoje contra um adversário que já nos deu muita dor de cabeça era no mínimo evidente que estivéssemos preparados para a superioridade. Momento de repensar e de reafirmar um conceito dentro do Grêmio, a contagem regressiva acabou de começar, um ponta pé a mais para acordar muita gente.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Que a justiça seja feita


Muita coisa mudou de um ano para cá, para melhor acredito. Os que fazem seu trabalho encarando os problemas diários encontrados na equipe e fora dela parecem estar respondendo de acordo com os gostos da torcida, ou com novas contratações, com novos técnicos e com investimentos fora de campo. Talvez nem tivéssemos de que reclamar se o futebol fosse baseado na ideia desta repugnante vitrine supérflua, não deixa de ser, mas ignorando o estilo e a firula, os mais críticos preferem se dedicar exclusivamente aos capazes de assinalar os erros em campo e não de descartá-los, e é então neste ponto que a discussão se inicia.  

Era noite de gala, importantíssima para o Grêmio em todos os quesitos, era a chance de manter um sonho vivo, acordado, de pé. Na teoria era apenas uma boa jogada de marketing, um bom planejamento e jogadores capazes de entrar em campo e jogar futebol. Pois bem meu caro, não é assim que as coisas funcionam. Na prática, contra o tão temido Fluminense, Zé Roberto foi a peça fundamental, decisivo, de equilíbrio e experiência conseguiu dar o tempo da jogada para que o Grêmio ficasse com maior posse de bola no seu campo ofensivo, porém o que pesou foram os erros “ignorados” do primeiro parágrafo que renderam um empate de sinônimo “justo” para ambos os times.

Postergar a maneira errônea de como alguns jogadores entram em campo, neste caso Marcelo Moreno, é o mesmo que dar o tiro no próprio pé, foi gritante, apelante, ridículo. Toda a ambição que até então o Grêmio tinha ao enfrentar o Fluminense fora de casa foi (na maior parte) destruída por um erro banal de um jogador que muito já contribuiu, porém hoje através de uma infantilidade desandou o que podíamos estar comemorando: uma vitória. Não existiam facilidades para este jogo, portanto era no mínimo fundamental que erros fúteis fossem evitados.

De certa maneira o Grêmio soube conduzir a partida depois dos imprevistos, não saiu apenas no erro do adversário e avaliou bem quais eram suas prioridades, como placar final o empate de nada serviu, porém no enfrentamento do jogo se for levar em conta a disputa, superamos em termos de finalização e de criação o Fluminense . De todos os males o mais tranquilo digamos, apenas um ponto que ainda não nos tira da disputa, mas um jogo para refletir principalmente sobre os variados comportamentos que temos dentro do time, desde um goleiro que salva, mas por vezes erra e acaba comprometendo, até um atacante que muito já fez mas hoje se queimou frente a sua torcida.

Funções que exigem qualidade, mas principalmente inteligência para poder administrar. Assim ressurge uma esperança deste Grêmio da alma castelhana que por um fio ainda conseguiu colocar justiça no marcador.
Não tá morto quem luta e quem peleia. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Para dormir em segundo



(Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press/Globo Esporte)

A vitória era um resultado considerado praticamente nulo na noite de hoje, por dois relevantes, mas não assustadores motivos: o primeiro pelo fator local, este muito influente para a atuação do Grêmio, comprometedor por vezes. O segundo pelo fato de estarmos com um Tricolor pela metade, eram 6 reservas em campo contra um Sport “desesperado” pela vitória e acima de tudo, completo. Repito, a vitória era difícil por estes motivos, mas o que não se considerou foi a possibilidade deste Grêmio revelar uma capacidade totalmente superior ao seu adversário. O Sport não teve tamanho de time para ameaçar o Grêmio, que acima da vitória mostrou-se capaz sem suas devidas referências.

A estratégia de jogo adotada por Luxemburgo pareceu convincente se pensada em termos de plantel que tínhamos em campo. O Grêmio visivelmente esperou o Sport, deu espaço e esperou que o adversário se descuida-se para marcar, nada mais funcional para um time até então lento, sem muita criatividade no meio campo e sem seus maiores marcadores. Assim se consolidou o resultado, através de escapadas objetivas de Leandro, dos erros questionáveis de Kleber, da categoria exemplar de Anderson Pico e da ótima campanha que faz Marquinhos.

Faltou força do adversário, porém muito pouco se poderia cobrar de um Sport que está com os pés na cova. O enredo do jogo não poderia ser diferente e o resultado por consequência também não, se a questão de time reserva deixava o Grêmio um pouco comprometido nos minutos iniciais, a qualidade técnica e a experiência aliados ao histórico de cada um acabaram com um mito dentro do Grêmio, aquele que defendia a supremacia de Elano e Marcelo Moreno. Resultado consolidado por méritos próprios, um 3x1 e uma vice-liderança dignos de respeito para o Tricolor Gaúcho.