quinta-feira, 30 de junho de 2011

O fim do reinado Portaluppi

Sem jogadores de nível, sem torcida, e agora sem técnico, se não bastasse ainda temos uma arena parada, definitivamente não é um dia para o tricolor. Mesmo convictos de que Renato poderia sair do Grêmio ainda essa semana, a notícia chegou em forma de choque para muitos gremistas, não me surpreenderia ver a direção o mandando para fora do olímpico, mas dei um pulo ao ver que o mesmo pediu a própria demissão.

Sempre se disse um verdadeiro gremista, com o rei na barriga não hesitava ao dar entrevistas ao comando do time e da própria direção, a única coisa que lamento, é Portaluppi (e nós mesmos) não ter enxergado uma realidade óbvia, o Grêmio precisava de um treinador, e não de um ídolo. Não foram apenas seus últimos dias, mas quase seu “reinado” inteiro lamentável, difícil aceitar que eu, você ou qualquer outro gremista não conseguia achar defeitos à beira do campo, e só dentro dele.

A falta de estratégia, só para não dizer, a burrice usada para a escalação em alguns jogos, fez de um time que se dizia imortal, transcender o caótico. É preciso saber que no futebol não se pode depender de tempos, muito menos viver deles, um passado glorioso e cheio de triunfos épicos e místicos acabou, poderia ser revivido aos mandos de um técnico, mas não de alguém que não sabe separar a idolatria passada com a realidade, triste, comovente, prefiro apenas chamar de Grêmio.

O que seria ter um diferencial? Ter 100% de aproveitamento em um campeonato talvez não basta. O Grêmio já foi imortal, já teve seus momentos diferenciais esplendorosos, mas quando se perde na mediocridade do mundo do futebol, ou quando se começa a acreditar em mercenários, a primeira coisa que se perde é a credibilidade, e a única coisa que resta é um passado distante. Uma pena que tenha terminado assim, uma era, um período, um pesadelo, chame como quiser, eu prefiro chamar de Renato Portaluppi, um guri da Azenha, que escreveu sua história nos campos, e terminou a mesma à beira deles.