quinta-feira, 29 de março de 2012

Goleadas incontáveis

Mesmo sendo contra um adversário sem tradição no futebol, e mal posicionado no campeonato sabíamos que não seria um jogo com uma atração especial para trazer o torcedor ao campo, porém curiosa em alguns aspectos, justamente por não termos a figura principal do grupo chamada Kleber. Este último o responsável por nos dar motivos de sobra para preocupações além das já existentes. Porém com um sistema ofensivo “inusitado” o Grêmio conseguiu liquidar a partida, e com Bertoglio ocupando o lugar do Gladiador fechou o placar com quatro gols, estes de Marcelo Moreno, Léo Gago e Julio Cesar.

O que Luxemburgo tinha (e tem) no momento parecia não funcionar na prática, os problemas envolvendo a articulação ofensiva no meio-campo preocupam assim como preocuparam nos últimos jogos, que por sinal, terminaram com placares excelentes. O Grêmio é hoje amplamente favorito, e tem jogado contra adversários muito inferiores do que ele próprio, assim, apenas precisaria resolver seus problemas independente da força de seu rival, explorando suas diversas qualidades. Porém é um grupo que ainda insiste no incerto, em um sistema defensivo repleto de falhas coletivas, e principalmente no adjetivo “confuso”.

O placar de hoje é apenas mais um na conta das diversas goleadas colecionadas no campeonato Gaúcho. Marcelo Moreno é um guri que tem auxiliado o grupo constantemente, com caráter e vontade se fez artilheiro na equipe. Com Bertoglio, temos uma característica um pouco diferente, sobretudo na ausência de Kleber, por termos ele em uma posição que não é sua, mas agregando positivamente. As duas laterais vazaram assim como o meio campo, permitindo concluir que coletivamente o Grêmio preocupa, mas na técnica consegue se impor e, acima de tudo, superar estas pequenas falhas.

A contagem regressiva começou para o Grêmio, não apenas tratando-se de campeonato, mas também por estarmos muito pertos da perfeita simetria. Julguem-me, mas antes comparem o que temos agora em campo e como agimos sem jogadores que consideramos até então essenciais, com o frágil Grêmio que antes mal entrava em campo para garantir apenas a “participação”. Para encerrar de uma vez por todas essa novela apenas lhe peço que continue em teu estado de torcedor, o resto o Grêmio mostrou que sabe fazer. Afinal a novela que se inicia às nove horas da noite se chama Avenida, e esta acabamos de atropelar.
Avante Grêmio.

domingo, 25 de março de 2012

Mal acostumados

A tensão que marcou a partida da noite deste domingo só pôde ser sentida por aqueles que, até agora, não haviam ainda precisado justificar resultados com adjetivos negativos. O Grêmio, exemplo clássico deste segundo turno, não apresentou a superioridade notória dos jogos passados, o que não acabou com sua invencibilidade e nem com a fantástica sequência que vem exibindo, mas de alguma forma nos devolve a preocupação por ter de lembrar da longa e estressante jornada a qual soubemos enfrentar com disciplina e principalmente responsabilidade, mas também com muita paciência.

Foi esta quem faltou hoje. Ao que tudo indicava no início da partida, o Grêmio dançaria em Novo Hamburgo e atropelaria seu adversário e mais novo alvo. O sinônimo de time ofensivo, assim como aquele que resolve encarando os problemas de frente, hoje não conseguiu achar em seu elenco uma solução para seus problemas, nem Kleber que briga arduamente pela artilharia e é o principal nome da temporada conseguiu aliviar a tensão para o Tricolor. Faltou a sobra que existia até o jogo passado, faltou disciplina, faltou resposta do time dentro de campo.

O segundo turno do campeonato Gaúcho vem mostrando que a qualidade está sobrando tanto de Grêmio quanto de Inter. A facilidade existe certamente porque a questão física não é mais tão preponderante quanto foi no primeiro turno, o que consequentemente nos permite concluir que a qualidade técnica também conta (e muito). Fernando, por exemplo, vem crescendo e mostrando potencialidades cada vez mais, porém o que incomoda agora, é a tentativa de entender o que aconteceu com outros que brilharam em jogos anteriores e hoje simplesmente (sem justificativa) não foram percebidos.

De certo modo foi decepcionante, afinal vínhamos de uma sequência incrível de goleadas e vitórias. Vencer a partida pode confortar uma noite de domingo, mas não a quem quer ver muito mais do Grêmio em campo. O que Bertoglio pode render em uma sequência? Como Pará pode ser útil ao elenco? Ou até onde o Grêmio de Luxemburgo pretende chegar? Perguntas com respostas que parecem claras, mas que se for parar para pensar não fazem sentido algum. Que o imprevisível se torne mais raro daqui em diante.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Eliminando adversários

Se o Grêmio foi incumbido a ensinar a arte de fazer três ou mais gols em partidas sequenciais, o jogo de hoje apenas comprovou, mesmo com sonolência, que todos os bons resultados obtidos anteriormente podem sim ser repetidos mesmo quando nada parece ajudar. A atuação, um tanto quanto decepcionante, impressionou principalmente no segundo tempo, quando enfrentando o mesmo adversário fraco da semana retrasada, o Grêmio antes incapaz, goleou (mais uma vez). O antagonista o qual foi esmagado por 3x2 no susto enfrentou hoje um tricolor que, por conta própria, decidiu adormecer, adormecer com uma vantagem de dois gols.

Assim como não funcionou na última partida pela Copa do Brasil, o meio campo do Grêmio ainda não soube como administrar a partida controlando seu adversário. Justo os responsáveis por articular, criar novas jogadas e mudar todo o rumo do jogo, hoje também não corresponderam ao torcedor, permitindo com que o rival tivesse a oportunidade de jogar em seu campo. O time do Grêmio não soube ser competente o suficiente para dominar por completo , não esteve tão bem quanto deveria estar, e teve principalmente dificuldades com a retranca do River Plate-SE, o que alerta sobre mais um problema, dessa vez relacionado à zaga.

Enquanto a maior parte do jogo foi justificada pela falta de qualidade de ambos os times, ao menos Marquinhos soube se abonar pela atuação dos últimos jogos, o que lhe garante pontos a favor para as próximas partidas. Dentre alguns equívocos, o maior deles e até então inexplicável, foi a decisão de Luxemburgo ao desmanchar um sistema que estava funcionando perfeitamente em campo. O que nos resta é tentar interpretar da melhor forma possível, e enxergar como uma lição que aos poucos está nos ensinando a usar atributos e dificuldades a nosso favor.

Não teve fluidez, muito menos um guri que tenha se destacado por suas individualidades, a pouca clareza também nada ajudou. O que seria digno de um empate, virou um 3x1 com classe, raça e uma dose extra de sorte talvez. Este é o Grêmio ainda em fase de adaptação e recuperação, o que tende a crescer com seus resultados, mas ainda precisa muito para encara-los com maior calma e competência. Uma “quase” goleada para fechar a noite, e assim para chegar mais perto do objetivo final.

domingo, 18 de março de 2012

Colecionando goleadas

(Foto: Wesley Santos/Agência Estado)

Não importante por ser a quarta vitória consecutiva, e sim por fazer parte do conjunto que deixa o Grêmio cada vez mais próximo de seu real objetivo, o placar final deste domingo foi essencial para dar continuidade ao momento “Luxemburgo”. Se tratando de qualidade, ficou barato para o Veranópolis, muito mais pelo o que fez no jogo, ou seja, pela inoperância total que demonstrou. O Tricolor se mostrou motivado e conquistou a liderança, o que a essa altura do Gauchão é muito importante.

A opinião formada antes de o jogo começar era única, os jogadores do Veranópolis se mostraram com boa qualidade técnica durante o primeiro turno e até então era um time qualificado para a partida. Porém o Grêmio foi contra qualquer atributo do adversário, invencível do meio campo para frente resolveu grande parte de seus problemas, inclusive características de sua defesa. Apareceu bem pelo lado esquerdo, teve liberdade, comprometimento e competência para esmagar o adversário, dando sequência às goleadas.

Apesar de alguns (pequenos) detalhes vistos principalmente no final do jogo que interferiram no total rendimento tricolor, percebeu-se que Vanderlei é definitivo no Grêmio, escala com genialidade e paciência, busca as melhores opções de acordo com as necessidades e não com o propósito de agradar a torcida. Um exemplo cabível seria o próprio Bertoglio, que mesmo com atuação perfeita desde sua chegada permanece no banco buscando a titularidade a cada partida. Vale ressaltar também a marcação exercida pelo Veranópolis, que foi frouxa, inocente, infantil,remetendo diretamente ao nosso passado não tão distante, e fazendo com que percebamos as já notáveis diferenças.

Foi praticamente um jogo unilateral, podendo-se dizer que o Grêmio passeou em campo, sobrou na partida, teve amplas facilidades, espaço para criar e competência para marcar. A tragédia poderia ter sido maior, mas em função de ritmo liquidou com 4x1. O Grêmio jogou o que se esperava que jogasse, e nem o próprio acreditou nas facilidades que colecionou no primeiro tempo. Perdeu gols que poderiam resultar em um placar de 9x0 e mesmo assim, em ritmo de treino, goleou. Treino para a Copa do Brasil, o que nos sugere tranquilidade, mas infelizmente, apesar das goleadas, não existe jogo fácil.

domingo, 11 de março de 2012

Novas atitudes geram bons resultados

Dentre as inúmeras conspirações que se têm a respeito do Grêmio, hoje não restaram dúvidas de que nem elas, nem nada, poderão ser usadas como desculpa para a regressão. O jogo deste domingo não foi apenas superação da equipe, mas também serviu de lição para os que perderam o ritmo explosivo do Grêmio. Caindo em forma de alívio sobre nossa situação, a então imprevisibilidade da goleada sobre o Novo Hamburgo apenas reviveu a conclusão que já tinha se tirado a tempos, novas atitudes geram bons resultados.

O grupo em si jogou o suficiente para vencer um adversário que muito pouco ameaçou a defesa tricolor. Porém não se pode desmerecer as mudanças vistas de um jogo para outro, com cara nova o Grêmio acordou, e Luxemburgo se consolidou conquistando direção e torcida. Marquinhos no banco deu lugar à Souza, que com segurança e responsabilidade soube administrar sua função marcando o terceiro gol do Grêmio. Já Marco Antonio mais do nunca disse à que veio, impecável na parceria com Kleber, mostra uma qualidade de passes impressionante.

Porém a noite de domingo começou pedindo apenas Facundo Bertoglio. Dentre Kleber gladiador, André Lima xerife, Jonas mestre e Douglas maestro, o argentino deixa claro em sua atuação que logo será adjetivado pela torcida. Não mais como meia e sim como atacante, Bertoglio conquistou o torcedor, tornou-se o novo xodó e nos deixou apenas a certeza de que seu lugar é dentro de campo. Com todas essas convicções, incertezas aparecerão no banco, e então os lugares já não serão mais suficientes.

Um time próprio de Vanderlei, com jogadores que retomam nosso passado. Assumimos a vice-liderança com o estilo Gremista de ser, e hoje mais do que nunca estamos prontos para os próximos conflitos, sem mágoa ou ressentimentos. Afinal o 5x0 de hoje será lembrado como um pedido carinhoso e muito arrependido de desculpas do Grêmio para sua torcida.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Puro descaso

Pensando no futuro e não apenas dependendo mais de passado, o Grêmio era o favorito para esta noite, a obrigação da vitória o pertencia e ninguém, absolutamente ninguém, aceitaria outro resultado. Devido ao desgaste físico do adversário o Tricolor chegou a um empate jamais previsto, e a uma vitória surpreendente. Porém no geral fez um jogo horrível, e mesmo querendo mencionar todas as qualidades individuais vistas nos últimos cinco minutos de jogo, o assunto o qual devemos tratar não é bem este.

Com um trio de arbitragem fraca, considerada mediana até para o estadual, os erros tendiam a ser mais numerosos antes mesmo de a partida começar. Mas em particular, as falhas cometidas pelo Grêmio foram de longe as mais graves e absurdas. Justamente aquele que deveria ser a grande estrela da noite abusou de sua cota infinita de erros, e nos fez pensar e repensar nos grandes investimentos que até então eram para ser promissores. Ao contrário do que se havia pensado, tanto calouros como veteranos, jogaram pouco contra uma equipe medíocre, pecou na criatividade e nas laterais, fazendo com que os volantes ficassem sem função.

Entre tantas dificuldades encontradas, a que prejudicou (e prejudica) mais o grupo está no meio campo, a maneira como recuamos acaba abrindo espaço, assim facilitando que o adversário penetre e conclua a jogada, falo de gols justamente porque ainda dependemos de uma zaga inexistente. A sonolência é fato a ser levado em questão. Marco Antonio e Marquinhos a cada dia se mostram mais adeptos ao banco, enquanto Bertoglio individualmente e em grupo se destaca e pode se tornar titular nas próximas partidas.

Perder, empatar ou até ganhar com um gol de diferença do GLORIOSO River Plate não funciona para quem ambiciona horizontes distantes. Seria interessante saber o exato momento em que vamos estrear as novas e invencíveis contratações, o novo técnico imbatível, ou o novo estilo de jogar do Tricolor, porém esta resposta só cabe a eles próprios. Chamem do que desejarem, batalha sergipana ou calcinha preta, alfinetem enquanto o futebol permite. Hoje, com alguns colapsos de irracionalidade, lhe digo que na base da força, do preparo físico, da individualidade, e claro, da raça, o Grêmio faturou um jogo definitivamente jogando nada. Um jogo que define o nome: Imortal Tricolor.

domingo, 4 de março de 2012

Um jogo para testar

Literalmente com o pé direito o Grêmio entrou no segundo turno do estadual. A vitória sobre o Cerâmica neste domingo foi justa pela maior hierarquia técnica demonstrada pelo grupo, e também pelo maior volume de jogo. Antes mesmo de a partida começar já se tinha a certeza de que tecnicamente o Cerâmica não seria páreo para o Grêmio, apenas havia dúvidas se o Grêmio suportaria ou não ao novo elenco proposto por Luxemburgo. Vitória materializada com Kleber e Marco Antonio dando sequência à boa fase de ambos.

Dentre as sete ideias que norteiam a maneira de pensar de Luxemburgo está a que “só se consegue vencer quem sabe absorver uma derrota”, e hoje o Grêmio definitivamente provou que a derrota para o Caxias não o abala mais, e sim parece dar um novo fôlego para continuar na disputa pelo título. O maior problema que o grupo enfrenta em termos técnicos está no meio-campo, desde a criação, a falta criatividade até nos constantes erros dos laterais e volantes. O uso excessivo destes laterais comprometeu a qualidade que antes era percebida quando jogava Mário Fernandes. Problema este que tentou ser resolvido com a contratação de Pará, porém não se notou resultado imediato.

Luxemburgo ainda surpreendeu escalando André Lima e deixando Moreno no banco, uma decisão audaciosa que parece ter dado certo até alguns minutos iniciais de partida. Acho que Marcelo não pode se apropriar do banco que pertence a André Lima, é inadmissível comprometer a interação deste com Kleber, arriscando o placar final da partida. O Grêmio no detalhe e na falha da arbitragem venceu o Cerâmica. O Pênalti marcado no equívoco do árbitro apenas assinalou outro problema, a então duvidosa qualidade da confederação Gaúcha mais uma vez prejudicando de forma notável uma equipe.

Dentre tantos outros que já nos atormentaram, estes problemas já não interferem no ritmo do grupo. No jogo de hoje pôde-se perceber que contratações estão no geral nos respondendo positivamente, como é o caso de Bertoglio no meio-campo, assim como a zaga com Gilberto Silva e Naldo também tendendo a se firmar. Mesmo dormindo satisfeitos, ao menos até quarta-feira na estreia da Copa do Brasil, arrisco dizer que o Grêmio acaba jogando mais nos erros do adversário, do que propriamente se aproveitando de seus méritos. Pessimismo? Talvez.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Precisamos de humildade para reconhecer

Muita coisa mudou de um ano para cá, desde o início do comando Portaluppi, em agosto de 2010, é que se podem perceber descasos da diretoria em relação ao futebol em si. Não condeno os que fazem seu trabalho encarando os problemas diários encontrados na equipe e fora dela, além do mais sempre fomos respondidos, ou com novas contratações, com novos técnicos e com investimentos fora de campo. Talvez nem tivéssemos de que reclamar se o futebol fosse baseado na ideia de “vitrine supérflua”, não deixa de ser, mas ignorando o estilo e a firula, os mais críticos preferem se dedicar exclusivamente aos capazes de assinalar os erros em campo e não de descartá-los, e é então neste ponto que a discussão se inicia.

Iniciou o campeonato Gaúcho e desde então a busca por nomes fabulosos não parou, até cheguei a pensar que estes viriam, até por que a imprensa não parava de anunciar grandes nomes do futebol, justamente os que seriam cabíveis aos setores carentes, porém fomos surpreendidos com a confirmação de Pará, um lateral direito (indicado por Luxemburgo) sem função (hoje) no time. Um setor que sequer é prioridade não deve ser mudado, assim como comprometer as funções e respectivamente os resultados dos que estão rendendo positivamente no grupo, não cabe a uma diretoria irresponsável e pouco conhecedora de nossas necessidades.

E é por estes e tantos outros motivos, não apenas relacionados ao caos que virou as contratações, mas também à polêmica envolvendo técnico, que devemos baixar a cabeça e analisar o que nos cerca, o que de certa forma é a realidade mais próxima a nós. Falo de Internacional hoje como forma de reflexão ao momento crítico e pouco produtivo que estamos passando. Seria interessante se tanto torcida como dirigentes avaliassem o time rival, e observassem como se sustentam há anos com uma base intacta, sem precisar causar um furdunço todo início de temporada. Por mais difícil que seja, é previsível que eles tenham muito mais a ganhar do que a perder.

Então não é por aí. O que todos estão fazendo dentro do clube hoje é dando tiro no próprio pé, tentando mascarar o Grêmio com um time provisório que tem um futuro muito imprevisível. Enquanto insistirmos na besteira de somar jogadores a um elenco sem fim e sem retorno, estaremos provavelmente pedindo que nos tirem de qualquer disputa final de campeonato. Os prazos estão se encerrando para o Grêmio, assim como as chances de iniciar um segundo turno com resultados favoráveis e um ano definitivamente com tudo, menos com “cara” nova.