quinta-feira, 16 de maio de 2013

Não culpo Luxemburgo


Tinha esquecido de como era assistir a uma partida de futebol, realmente não me lembrava de como era a sensação de se estar em frente a uma televisão, ou melhor que isso, ouvindo o velho e bom rádio. O difícil de estar longe é que não se pode ter noção da dimensão total do jogo, não existem torcedores nem secadores que influenciarão diretamente na reação pós- jornada e isso praticamente elimina 50% da explicação para o que seja o verdadeiro futebol. Mas na partida desta noite certamente não só influenciou, mas me livrou de algumas várias cornetadas. Contra um adversário que nem se quer uma notoriedade grande tinha, o Grêmio encontrou muito mais que dificuldades, constatou erros, revelou falhas, alcançou o inacreditável, e nem precisou de muito para isso, na verdade não precisou absolutamente nada. Bastou ser Grêmio. 

Mais uma lição dura com conseqüências fatais para o tricolor Gaúcho. Sabia-se antes de a partida começar de que muito apesar de toda a experiência que o time concentrava em cada posição iria ser exigida a força de vontade e determinação da equipe. Era até possível acreditar em uma tendência de vitória, afinal o Grêmio, ao menos na lógica, se mostrava muito superior e instável que seu adversário. O que não se esperava até então era que a "não consolidação" do elenco traria resultados totalmente negativos. Típico de equipes em formação, o Grêmio com seus titularíssimos não segurou o Santa Fé, e com Barcos, Elano, Zé Roberto e mais alguns jogadores que ainda jogam na base do "tanto faz" colocamos tudo a perder. 

De maneira alguma culpo Luxemburgo, a escalação colocada em campo seria capaz de vencer qualquer time, independente de Libertadores ou não. A melhor zaga possível estava formada com Werley e Bressan, não existiam argumentos que iam até então contra o posicionamento de Pará, Andre Santos, Fernando e Souza. Elano, Zé Roberto, Barcos e Vargas então eram insubstituíveis. O que aconteceu com o time dos sonhos? Com os milhares de reais, euros, dólares, pesos? O que aconteceu com o favorito? Se se prestou muito mais a defender do que atacar, se não se importou, se não usou mais a inteligência ou não conseguiu fazer o controle de bola agora já não importa mais. São tantos erros miseráveis e inadmissíveis que chega a dar um cansaço em qualquer pobre torcedor, que apostou até seu último centavo acreditando que seu time seria o cantor, e não o dançarino.