terça-feira, 5 de março de 2013

Libertadores com a nossa cara


Antes mesmo de a bola rolar já se dizia que a Arena estava modificado, não eram apenas as reformas no gramado, a nova casa Tricolor estava pronta para estrear sua nova forma, a que se imaginava que um dia teria. Caracas e Grêmio portanto fizeram da obviedade a materialização, tanto ao que se tratava de gramado quanto na forma de escalacão do time venezuelano com apenas um atacante e com cinco jogadores no meio campo indicava que iria se defender e tentar eliminar espaços para o adversário,  já o Grêmio, interessado apenas na vitória, entrou em campo com uma credencial importante e significativa, a de repetir a mesma escalacão que massacrou o Fluminense. Dois moldes distintos, mas com o mesmo propósito, estabelecer em campo qual seria a melhor formatação tática e qualidade técnica que superaria o seu adversário. 

A morte do líder de um país é sem dúvidas intrigante e importante para seu povo, era de se esperar que a repercussão da morte de Hugo Chaves interferisse no animo e no comportamento da equipe do Caracas, porém pelo que se viu em campo é difícil concluir se este foi o real motivo pela má atuação do grupo. Se eu disser que o Grêmio dominou amplamente, que fez um primeiro tempo desigual, totalmente inclinado para si, eu estarei expressando minha opinião emocional, digamos que neste caso eu possa fazer mais, existem elementos factuais da partida que comprovam o quanto o Grêmio se destacou nela, e nada mais interessante do que colocar o trabalho, a atividade e o movimento ofensivo das duas equipes em comparação. O adversário gremista não fez nada, não foi lhe permitido uma única conclusão no primeiro tempo, já o Grêmio fez o que ninguém conseguiu no grupo 8, ganhou em casa conseguindo assim quebrar um tabu.  

A forma e determinação com que o Grêmio jogou anulou seu adversário, fato importante para um torcedor antes preocupado e que agora tem consciência de que seu time é grande o bastante para continuar na disputa, esta é uma vitória que tem uma conseqüência muito grande, ela nos coloca na liderança, ou seja, em uma situação confortável. Se ganhou foi por que soube jogar com autoridade, errou algumas vezes ao acompanhar o ritmo do Caracas, mas soube se dar conta de que só precisava jogar e colocar sua superioridade técnica a prova. O que falta ao Grêmio talvez seja apenas acreditar que é possível, seja através de um hino não necessário, mas facultativo, de um estádio lotado ou de lembranças que fizeram do Grêmio o eterno Tricolor dos pampas, aquele que não venceu uma, mas duas, o Grêmio que tem a cara da Libertadores da América.