quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Muito drama e pouco futebol


Não foi a partida mais brilhante da noite de ontem, nem a mais cativante, mas uma das mais importantes eu acredito que sim. Estamos falando aqui de um campeonato em que o Grêmio muito pouco conseguiu reconhecimento, ou seja, era e continua sendo a oportunidade para fazer história em uma Sul-Americana. O adversário considerado o melhor time do Equador em tese não teria qualidade para vencer o Tricolor Gaúcho, mas na prática se viu, através do sufoco, que o Grêmio hoje é um time totalmente dividido, um clube que fica se espancando nas eleições e por vezes esquece o que é fundamental, o futebol.

Desfalcado ou não, o Grêmio ficou formatado da exata maneira que vinha jogando, a peça que chamam de fundamental , Gilberto Silva, ficou fora do jogo, assim como Pará por suspenção. Mas o que mais preocupava Luxemburgo era a condição física de Elano, afinal pela lógica estamos nos referindo (hoje) a peça chave do Tricolor, onde não há substituto de nível superior ou igual, e que se levado em conta a participação de Marquinhos ficaríamos sem volante por cerca de 45 minutos. Um problema que de tempos em tempos insiste em assombrar nosso plantel, mas que nunca sequer foi resolvido.

O resultado favorável ao Grêmio não dá a ele mérito algum pela vitória. Ambos os times tiveram a mesma posse de bola em praticamente toda a partida, mas todos sabem que o que resolve é fazer com que essa posse resulte na capacidade de reverter uma situação defensiva em uma ofensiva rapidamente pressionando o adversário, e essa por inúmeras vezes foi a vantagem do Barcelona no primeiro tempo. O Grêmio liquidou a partida pelo fato de ter um goleiro capaz de suportar a pressão imposta pelo rival, salvando o Tricolor e “mascarando” a falta de armação e articulação dos nossos setores. É preciso que fique claro que não havendo entrosamento não há comunicação natural, espontânea.

De qualquer modo hoje o Grêmio tem dois caminhos para seguir e chegar a tão ambicionada Libertadores da América, Luxemburgo deve ficar atento às possíveis mudanças ao decorrer dos jogos. É importante que entre em campo um Grêmio com maturidade adquirida, que joga em qualquer lugar contra qualquer adversário, e que mude a perspectiva do grande nome da partida. 

Insisto e repito, a extraordinária figura que garantiu o resultado da noite de ontem foi sem dúvidas Marcelo Grohe.

Saudações Tricolores!  

domingo, 23 de setembro de 2012

[Pós-jornada] Grêmio 0x0 Atlético-MG

A escalação em si dava ao torcedor a ideia do que estava por vir em ambos os times. O Grêmio veio com o que tinha de melhor, se dizia estar preparado para enfrentar o meio campo imposto pelo Atlético Mineiro. Já o Galo fez certo suspense, mas nada de extraordinário que colocasse o Tricolor Gaúcho muito abaixo do adversário. Era um jogo de apenas um resultado que ambos os grupos almejavam mais do que tudo, uma decisão a ser definida onde o empate era absolutamente rejeitado, mas por ironia do destino, da falta ou exagero de qualidade o resultado não passou de um mísero 0x0.   

Um grande jogo não é apenas aquele que se torna espetáculo de firula, é onde a necessidade aliada ao emocional fazem de uma partida de futebol a decisão de um campeonato fora de época, é como esperar o apito final em uma mata-mata onde o empate nos mantém vivos. Assim pôde ser definido o confronto de hoje, um Grêmio até então considerado inferior ao Atlético conseguiu conviver com a pressão a ele imposta até o minuto final, não marcou, mas instantes antes de o jogo começar era quase invisível o torcedor que acreditasse em uma vitória. Não faltou jogo, talvez um pouco de confiança, mas o Tricolor Gaúcho foi sim impecável pelas condições que tinha favoráveis a ele.

A partida em si não serviu para avaliar com honestidade a eficiência ou deficiência do esquema teoricamente faceiro de Luxemburgo.  A noite não terminou feliz, mas conformou muita gente. Ronaldinho mais uma vez surpreendeu pela criatividade e alta qualidade imposta, o que aponta problemas em nossos marcadores de função. Implorando por maior educação tática, Zé Roberto deixou muito a desejar, ficou solto e parecia não ter uma função de marcação definida. Estes e outros problemas que aparecem contra adversários de maior qualidade só nos mostram que o Grêmio ainda está longe de ter um plantel de total eficiência.

 Tivemos cautela ao tentar nos compactar em campo, as jogadas foram mais exatas, e assim conseguimos algumas chances de gol. Mudanças radicais não são perceptíveis na questão tática, mas um Grêmio mais maduro é quem está entrando em campo com objetivos muito superiores dos antes almejados. A reta final agora nos impõe a condição de não depender mais de outros resultados, a zona de conforto desapareceu, e as alternativas estão cada vez menores. É importante neste momento que se tenha claro que jogos de definição de primeiros colocados são pouquíssimas oportunidades, apenas responsabilidade e convicção vão definir quem vai conseguir as melhores posições.