domingo, 24 de junho de 2012

Saiu (muito) barato


Um tanto inacreditável se comparado aos jogos anteriores, um Grêmio inteligente em campo que utilizou de maneira correta todos os recursos que tinha a seu dispor. Um professor pontual que soube administrar seu grupo até o último minuto da partida, um Luxemburgo mais calmo e tolerante. Pelo esquema ter dado certo podemos concluir que era o que realmente faltava no Grêmio, o amadurecimento da equipe que antes mal se via e espelhava nos resultados, hoje é sinônimo de superação e reconhecimento do esforço, um esforço que fez com que o domingo terminasse com um placar humilde para o tanto que fizeram em campo, um 2x0 que saiu muito barato para o Flamengo.

Se semana passada o que faltavam eram condições para que a bola chegasse aos pés dos atacantes, hoje uma pilha destas chances se formou em campo, compactado e sábio era o Grêmio infiltrando na área do Flamengo, Victor sempre pontual não salvou o Tricolor, mas sim se colocou na função de bom goleiro e fez defesas dignas de um craque. A articulação ofensiva que faltava até então hoje não sobrou apenas para o talento de Kleber, mas também para Souza, o que os determina jogadores de grande importância para a criação das jogadas.

Tivemos sim algumas dificuldades no jogo, mas o Flamengo teve muito mais, além de se manter recuado apresentou um futebol muito diferente das características do Flamengo que conhecíamos e até temíamos. A proposta de jogo do Grêmio faz com que percebamos ainda a falta de criação no meio campo, além de um lateral esquerdo onde não existe nenhuma jogada, mas o que aconteceu hoje é especialmente novo, não houve superioridade do Grêmio, apenas superioridade de iniciativa no jogo, o que pode sim ter sido o principal influente da vitória fácil.

O Flamengo é uma caricatura de time, não restam dúvidas, porém não posso afirmar que o Grêmio tenha ganho apenas por ter sido um jogo contra um adversário fraco. Antes tínhamos um Grêmio com sérios problemas de criação e hoje o mesmo conseguiu jogar de forma inteligente deixando seu adversário para trás, atacantes que proporcionaram jogadas importantes, o que faz com que tenhamos o diferencial dos outros jogos.  Um dia para se reabilitar, para esquecer da eliminação, para crer que o Grêmio permanece mais do que vivo e disposto a se manter na Libertadores do ano que vem. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Doce ilusão


O Grêmio sonhava alto, tinha planos que pareciam invencíveis e um time que por vezes não demonstrava metade da ambição que dizia ter, um time titular em campo que prometia muito mais que um jogo, mas sim um milagre. Em campo ninguém era mais atração que Kleber, não apenas pelo passado que teve no Palmeiras, mas pela atuação que tem no Grêmio parecendo estar concentrado e disposto a vencer mais uma partida. Por fim aparentava estar bem emocionalmente, para os leigos era certo que a vitória pertenceria ao time sério e comprometido que entrou em campo vestindo azul, preto e branco. Uma ilusão arrancada do peito por problemas, na maior parte, emocionais que eliminaram de uma vez por todas o Grêmio da Copa do Brasil.

Desde o término do jogo passado sabíamos que a reação emocional seria o fator que iria definir o resultado desta noite, muito foco e concentração eram as qualidades básicas que se esperava de um time que entraria em campo já perdendo de 2x0, porém fomos ameaçados pela insistência de um meio campo invisível e por um ataque muito pouco decisivo. No jogo não se viu qualidade técnica que pode ser explicado pela falta de visibilidade e movimentação que se deu por causa da chuva torrencial que caía. Um jogo emblemático, tenso e de muitas questões relacionadas à arbitragem.

O problema do Grêmio não foi começar perdendo, e sim o fator emocional que o atingiu depois de marcar seu primeiro gol, a luta contra o relógio foi muito além da concentração e da calma exigidas para definir a partida. O grande problema do Grêmio não é só a falta de preparo psicológico, mas a falta de finalizações, de um lance de maior contundência no ataque. Moreno tem se mostrado eficiente, mas não decisivo o que leva Luxemburgo a pensar em alternativas, alternativas pouco eficazes e até inexistentes. Foi o Grêmio que procurou atacar, que saiu ao ataque e que teve a proposta ofensiva, uma leitura de um jogo conturbado, mas que antes mesmo de começar já tinha placar definido.  

Não adianta pedir um jogador que infiltre, um jogador do drible e da firula. Não podemos nos prender a argumentos sobre número de finalizações e definições. Se fosse apenas isto que o Grêmio precisasse garanto que estaríamos muito longe de dormir cabisbaixos esta noite. O milagre deve ser deixado de lado e então devemos olhar para nosso meio campo, para nossa zaga, de que adianta a polêmica girar sempre em torno de um ataque mesquinho se o problema não é apenas este? Acorda Grêmio, ou tenha mais um ano sem expectativas. 

domingo, 17 de junho de 2012

[pós-jornada] Grêmio 0x1 Náutico


Totalmente insosso, inodoro, e uma pitada de ironia para resumir um jogo de placar inacreditável. Talvez eu esteja me equivocando ao utilizar uma palavra que remete ao extraordinário ou surpreendente, afinal o jogo desta noite não chegou nem perto disso, mas a mesma palavra é cabível quando o contexto é considerado, tínhamos um time previamente considerado vencedor que por merecimento perdeu uma partida fácil. Uma atuação que beirou o ridículo e por isso me faz repetir incansavelmente: um resultado realmente inacreditável.

Tínhamos tudo para conseguir uma vitória, em campo uma escalação ofensiva que em princípio parecia não ficar satisfeita com o empate passava confiança ao torcedor que em peso compareceu aos Aflitos, mas acima de tudo uma história mantinha-se como base do conflito, a motivação principal era a mesma desde 2005, só que desta vez algo mais pesava para o Tricolor, a vontade imensa de retomar o futebol que se perdeu no jogo contra o Palmeiras pela Copa do Brasil na última quarta-feira.  

Não retomamos e isso é claro, o jogo (muito parecido com o passado) deixou visível nosso pior setor onde nada se criou e muito interferiu no placar final. Nosso meio campo não valoriza a posse de bola, a base de chutões leva uma mecânica de jogo que não funciona, a bola não é passada com qualidade, e Marco Antônio novamente não dá boa assistência. O Grêmio não criou por vezes me deixando com dúvidas se realmente existe um sistema ofensivo, e consequentemente se anulou em frente ao único time que não se esperava perder.

Isso visto em campo é a projeção do que vai acontecer daqui para frente. O Grêmio não conseguiu jogar por falta de opção no meio campo, falta de opções para a mudança, e talvez até um pouco de fata de coragem para tal. É preciso que Luxemburgo perceba imediatamente que Marco Antônio não consegue resolver nada, e assim procurar alternativas para que na próxima quinta-feira ainda exista algum tipo de esperança para a permanência do Grêmio na Copa do Brasil. 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

[pós-jornada] Grêmio 0x2 Palmeiras


Não é por acaso que a frase “o começo de jogo é o que determina o que vai acontecer no resto dele” se tornou tão famosa e usada. É o que de fato acontece e são inexistentes argumentos que vão de frente a essa certeza, mas hoje, por um mísero momento, quis questiona-la, acreditando que mesmo sem finalizações o Grêmio daria a volta por cima com sua persistência e acima de tudo com vontade. Talvez até por ironia do destino não foi o que aconteceu, Luxemburgo, que era o responsável por toda uma campanha, pecou na escalação inicial, o que juntamente com a “ambição” de seus jogadores resultou não apenas em uma derrota, mas no fim de todo um trabalho e a possível eliminação antecipada do campeonato.

O que acaba me incomodando depois de atuações como esta não é o resultado final, e talvez nem a eliminação como um todo, mas sim a maneira como Kleber se comportou, como pecou em ritmo e principalmente em posicionamento, como nenhuma finalização a seu rigor se consolidou e claro, como a tentativa de voltar a ser quem era acabou prejudicando ele e toda a equipe. Também me impressiona a falta de inteligência dos jogadores ao saírem desvairados sobre o campo, sem rumo, sem limite, e às vezes até sem bola. O desespero que traduz os dois gols tomados em menos de cinco minutos.

Entre tanto erros inquestionáveis é até difícil acreditar em como chegou até aqui e também como passou pelo Palmeiras de forma tranquila pelo Campeonato Brasileiro. Em frente ao fiasco de hoje seria louca da parte da torcida acreditar em uma possível vitória com três gols de diferença para continuar no campeonato, mas se estes mesmos loucos enfrentam frios intensos e descem avalanches frenéticas acredito que o público para o dia 21 não será pequeno e terá muita gente vestida de preto, azul e branco.

A retranca do Felipão parou o time do Grêmio, isso não deixa dúvidas, mas sim preocupações. Pelo filme de terror assistido parece que não precisamos apenas de um time novo, mas de caráter para ele, de personalidade, talvez até de um pouco de sangue para abrir os olhos de muita gente que ainda acha que isto é brincadeira. A disputa vai ser sem dúvidas um teste que vai selecionar o melhor em todos os aspectos, e o quesito de maior valor será a sabedoria para enrolar adversário, arbitragem e garantir a vaga para a final da Copa do Brasil.