O Grêmio sonhava alto, tinha planos que pareciam invencíveis
e um time que por vezes não demonstrava metade da ambição que dizia ter, um time
titular em campo que prometia muito mais que um jogo, mas sim um milagre. Em
campo ninguém era mais atração que Kleber, não apenas pelo passado que teve no
Palmeiras, mas pela atuação que tem no Grêmio parecendo estar concentrado e
disposto a vencer mais uma partida. Por fim aparentava estar bem
emocionalmente, para os leigos era certo que a vitória pertenceria ao time
sério e comprometido que entrou em campo vestindo azul, preto e branco. Uma
ilusão arrancada do peito por problemas, na maior parte, emocionais que
eliminaram de uma vez por todas o Grêmio da Copa do Brasil.
Desde o término do jogo passado sabíamos que a reação
emocional seria o fator que iria definir o resultado desta noite, muito foco e
concentração eram as qualidades básicas que se esperava de um time que entraria
em campo já perdendo de 2x0, porém fomos ameaçados pela insistência de um meio
campo invisível e por um ataque muito pouco decisivo. No jogo não se viu
qualidade técnica que pode ser explicado pela falta de visibilidade e
movimentação que se deu por causa da chuva torrencial que caía. Um jogo
emblemático, tenso e de muitas questões relacionadas à arbitragem.
O problema do Grêmio não foi começar perdendo, e sim o fator
emocional que o atingiu depois de marcar seu primeiro gol, a luta contra o
relógio foi muito além da concentração e da calma exigidas para definir a
partida. O grande problema do Grêmio não é só a falta de preparo psicológico, mas
a falta de finalizações, de um lance de maior contundência no ataque. Moreno
tem se mostrado eficiente, mas não decisivo o que leva Luxemburgo a pensar em alternativas,
alternativas pouco eficazes e até inexistentes. Foi o Grêmio que procurou
atacar, que saiu ao ataque e que teve a proposta ofensiva, uma leitura de um
jogo conturbado, mas que antes mesmo de começar já tinha placar definido.
Não adianta pedir um jogador que infiltre, um jogador do
drible e da firula. Não podemos nos prender a argumentos sobre número de
finalizações e definições. Se fosse apenas isto que o Grêmio precisasse
garanto que estaríamos muito longe de dormir cabisbaixos esta noite. O milagre
deve ser deixado de lado e então devemos olhar para nosso meio campo, para
nossa zaga, de que adianta a polêmica girar sempre em torno de um ataque
mesquinho se o problema não é apenas este? Acorda Grêmio, ou tenha mais um ano
sem expectativas.
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